Qualidade da carne e desempenho de cordeiros suplementados com óleos essenciais
Resumo
Com o aumento das preocupações com a saúde humana com o uso dos antimicrobianos, produtos químicos e ingestão de gorduras indesejáveis, se desperta a necessidade sobre novas formas de mantermos a eficiência da pecuária moderna. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho animal, as características qualitativas e quantitativas da carcaça e qualidade instrumental, sensorial e o perfil de ácidos graxos da carne de cordeiros suplementados com uma mistura de óleos essenciais. Para tanto, utilizou-se 40 cordeiros machos não castrados, da raça Texel, desmamados aproximadamente aos 60 dias e alojados em baias individuais, totalmente cobertas, distribuídos aleatoriamente em cinco grupos experimentais de acordo com os níveis de suplementação com óleos essenciais: 0, 50mg, 100mg, 150mg e 200mg diariamente. A dieta experimental foi idêntica para todos os tratamentos, com ajustes diários, visando-se manter sobras em 10% do volume ofertado. A suplementação das cápsulas contendo os óleos essenciais ocorreu pela via oral, duas vezes ao dia, coincidindo com os períodos de arraçoamento. Procedeu-se a determinação do perfil bioquímico energético e proteico durante os primeiros trinta dias experimentais. Os cordeiros ao atingirem 60% do peso vivo a maturidade, ou seja, 32Kg para os animais da raça Texel, foram abatidos, sendo determinadas as características quantitativas e qualitativas da carcaça e da carne. Adotou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado sendo os dados de cada variável submetida à análise de regressão. Nenhuma influência significativa (<0,05) dos níveis de óleos essenciais foi observada para as variáveis de desempenho. Durante a caracterização do perfil bioquímico, nenhuma influência dos níveis de óleos essenciais foi registrada, além disso, as enzimas de função hepática, AST e GGT, mantiveram-se estáveis e dentro dos limites preconizados para a espécie. Não foi possível também identificar influencia significativas nas variáveis quantitativas e qualitativas das carcaças, no entanto, o valor médio para rendimento de carcaça fria foi de 49,11%. De forma similar, de acordo com a análise de regressão, as características quantitativas e qualitativas da carne não sofreram influências dos níveis de óleos essenciais. Esses não foram capazes de determinar incrementos na avaliação instrumental da cor ou na força de cisalhamento. Na análise sensorial, mediante painel treinado, embora não significativas, a carne oriunda dos animais tratados com óleos essenciais, receberam as menores pontuações para aroma característico da carne ovina, sabor fígado e sabor especiaria. Durante a avaliação dos ácidos graxos identificados, os maiores valores percentuais foram, entre os saturados, dos ácidos palmítico (C16:0) com 24,60% e esteárico (C18:0) com 19,34%; e os ácidos oleico (C19:1n9) com 37,80% e linoleico (C18:2n6) com 5,84% para os ácidos graxos insaturados. Esses ácidos graxos somados representaram 87,58% do total quantificado. Os dados observados nesse trabalho demonstram que a participação do C14:0 na constituição total de AGS limitou-se em apenas 2,68%. Mediante as recomendações para a ingestão de uma dieta saudável, a carne de cordeiros suplementados com óleos essências pode ser caracterizada como detentora de perfil desejável.