Comportamento ingestivo e consumo de forragem por cordeiras em pastagem de azevém sob diferentes ofertas de forragem
Resumo
O trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar o comportamento ingestivo e consumo de forragem por cordeiras em pastagem de azevém sob diferentes ofertas de forragem (OF): 6, 9 e 12% do peso corporal (PC). O método de pastejo foi intermitente e os animais experimentais foram cordeiras da raça Suffolk. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com estrutura de parcelas sub-subdivididas, sendo as ofertas de forragem as parcelas principais, os estádios fenológicos as subparcelas, e os métodos de determinação do consumo as sub-subparcelas. O consumo, no estádio vegetativo do azevém, independe da oferta de forragem. As menores ofertas limitam o consumo de forragem a partir do pré-florescimento enquanto no estádio reprodutivo do azevém o consumo é menor, intermediário e maior nas OF 6, 9 e 12% do PC, respectivamente. O tempo de pastejo e a massa de bocado foram semelhantes entre as ofertas de forragem. As cordeiras permaneceram mais tempo ruminando e menor tempo realizando outras atividades nas OF 9 e 12% do PC. O número de estações visitadas por minuto e o tempo em cada estação variou em função das ofertas de forragem nos estádios vegetativo 2 e florescimento. O número de bocados foi maior nas OF 6 e 9% do PC. O número de refeições foi maior, intermediário e menor nas OF 12, 9 e 6% PC, respectivamente e similar em todos os estádios. A duração das refeições foi maior na OF 6, intermediária na 9 e menor na 12%. A estimativa de consumo de matéria orgânica por cordeiras em pastagem de azevém é similar quando são utilizados o óxido de cromo e o nitrogênio fecal como marcadores. O consumo de forragem em função das ofertas de forragem é dependente da estrutura do dossel e é limitado no pré-florescimento e florescimento, em função da elevada massa de colmos. A taxa de bocado é dependente da altura do dossel e varia nos estádios fenológicos do azevém para compensar alterações na massa de bocado. O tempo de pastejo é similar com ofertas de forragem variando de 6 a 12% do PC, mas durante os estádios fenológicos do azevém é dependente da massa de forragem e da oferta de lâminas foliares. A duração da refeição varia com alterações na taxa de bocado de cordeiras, oferta de lâminas foliares e relação lâmina: colmo. O número de refeições não se altera com o avanço no ciclo do azevém, mas é influenciado pela participação de lâminas foliares no dossel. A duração do intervalo entre refeições é similar entre as ofertas de forragem e nos diferentes estádios fenológicos do azevém está correlacionada com as atividades de ruminação e outras atividades. A estimativa de consumo de matéria orgânica por cordeiras em pastagem de azevém é similar quando são utilizados o óxido de cromo e o nitrogênio fecal como marcadores. O consumo de forragem em função das ofertas de forragem é dependente da estrutura do dossel e é limitado no final do ciclo do pasto em função da elevada massa de colmos. Os estádios fenológicos do azevém tiveram maior importância nas mudanças ocorridas na estrutura do pasto e no comportamento ingestivo de cordeiras do que as ofertas de forragem utilizadas. A massa de bocado é inalterada por ofertas de forragem que variam entre 6 a 12 % do PC e qualquer uma delas pode ser utilizada em pastagem de azevém.