Concentrado proteico de semente de abóbora (Cucurbita moschata) na nutrição do jundiá
Resumo
O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da adição de fontes proteicas advindas da semente de abóbora no crescimento, atividade de enzimas digestivas proteolíticas e respostas metabólicas de jundiás (Rhamdia quelen) alimentados com substituições crescentes de farinha de peixe por farelo de semente de abóbora (FSA) ou concentrado proteico fosforilado de semente de abóbora (CPPFSA). Para o desenvolvimento do concentrado proteico, o método foi otimizado pela metodologia estatística de superfície de resposta (MSR) e delineamento central composto rotacional (DCCR), que apontou como maior rendimento 50,04%, utilizando 4% de trimetafosfato de sódio (STMP) em pH 4,5. Cujo conteúdo proteico foi 62,56%. Posteriormente, o FSA e o CPPFSA foram utilizados como substitutos proteicos nas dietas de jundiás. Durante oito semanas experimentais, 400 jundiás, com massa corporal de 24 ± 0,46 g foram distribuídos em 24 caixas, alimentados com cinco dietas experimentais em quatro repetições. Para análise dos dados, quatro contrastes ortogonais foram aplicados: Dieta Controle vs.. Dietas FSA, Dieta Controle vs.. Dietas CPPFSA, Dieta Controle vs.. Demais dietas e Dietas FSA vs.. Dietas CPFFSA. Os grupos de tratamento substituíam 25 e 50 por cento de proteína da farinha de peixe pelo FSA e CPPFSA. Foram avaliados parâmetros de crescimento, índices digestórios, atividades das enzimas digestivas tripsina e quimotripsina, bem como parâmetros metabólicos em plasma e fígado. Os parâmetros de crescimento dos peixes mostraram diferença significativa (P < 0,05) para massa corporal final ao final do período experimental no contraste Controle vs. dietas FSA. A conversão alimentar foi superior para os peixes que receberam 25% ou 50% CPFFSA em comparação àqueles que receberam FSA (P < 0,05). Os peixes que receberam a dieta Controle apresentaram menor índice digestivo-somático nos contrastes Controle vs. dietas CPFFSA e Controle vs. demais dietas. A atividade das enzimas tripsina e quimotripsina foram menores nos peixes do tratamento Controle, quando comparada aos peixes que receberam as dietas FSA (P < 0,05). Menor atividade de quimotripsina também foi observada nos peixes que receberam as dietas FSA (P< 0,05), no contraste dietas FSA vs. dietas CPFFSA. Os peixes que receberam as dietas CPPFSA apresentaram maior taxa de eficiência proteica do que os peixes que receberam dietas contendo FSA (P< 0.01). Para albumina no plasma, os menores conteúdos foram encontrados nos peixes da dieta Controle (P<0.05). A atividade da enzima ALAT foi maior nos peixes que receberam a dieta Controle (P<0.05), nos contrastes dieta Controle vs. dietas FSA, dieta Controle vs. dietas CPFFSA e dieta Controle vs. demais dietas. A ALP apresentou maior atividade nos peixes que receberam as dietas CPFFSA (P<0.05), considerando os contrastes dieta Controle vs. dietas CPFFSA e dieta Controle vs. demais dietas. Dessa maneira, pode-se concluir que a substituição da proteína da farinha de peixe por 25% ou 50% de CPFFSA não altera o crescimento e promove melhoria na conversão alimentar de jundiá e taxa de eficiência proteica, sem prejudicar atividade de enzimas digestivas, parâmetros metabólicos intermediários e hepáticos dos jundiás, podendo ser utilizado na nutrição do jundiá.