Respostas reprodutivas de fêmeas de jundiá (Rhamdia quelen) alimentadas com diferentes fontes protéicas e lipídicas
Resumo
No trabalho avaliou-se o efeito de diferentes fontes protéicas e lipídicas de origem animal e vegetal sobre o desempenho reprodutivo de fêmeas de jundiá Rhamdia quelen. Foram realizados três experimentos, de 90 dias cada, divididos em três fases: fase I, Alimentação de reprodutores; fase II, Reprodução induzida e incubação de ovos e larvas; fase III, Larvicultura. Foram utilizadas 15 fêmeas de jundiá com peso aproximado de 700g para os experimentos 1 e 2, e 500g para o experimento 3. As fêmeas foram distribuídas em três tanques-rede de 1m³, sendo 5 peixes por tanque rede (4 fêmeas para indução e 1 para coleta de ovócitos) e alimentadas durante dez semanas com três dietas experimentais. No experimento 1 testaram-se Farinha de Carne e Ossos e Farelo de Soja (CS), Farinha de Peixe e Farelo de Soja (PS) e Levedura de Cana e Farelo de Soja (LS). No experimento 2, avaliou-se o efeito de substituição da Farinha de Carne e Ossos pelo Farelo de Soja na ração CS do experimento 1 em níveis crescentes, sendo os tratamentos CS 0, CS 35 e CS 70. No experimento 3, testaram-se a Banha de Porco (BP), Óleo de Girassol (OG) e Óleo de Canola (OC) como fontes de lipídios. Após desova, foram coletadas amostras de dez ovos, às 0, 3, 9, 12, 18 e 24 horas. Após a eclosão foram coletadas amostras de dez larvas às 0, 12, 24, 36 e 48 horas e medidas, e três amostras de larvas de cada incubadora foram alimentadas durante 14 dias. Foram estimadas variáveis zootécnicas para as fases I e III e reprodutivas para fase II. No experimento 1, as fêmeas do tratamento LS, mostraram menor ganho em peso, igualmente os ovos tiveram menor peso. Para o desenvolvimento embrionário os tratamentos CS e PS foram superiores ao tratamento LS na variável Diâmetro do Saco Vitelino (DSV). No desenvolvimento larval nas incubadoras, o tratamento CS mostrou melhor desempenho para Comprimento Total (CT). No experimento 2, as fêmeas alimentadas com dieta CS 70, não responderam a desova. O desenvolvimento embrionário, larval vitelino e larval foi superior no tratamento CS 0 para as variáveis (DO e AO), (CT e AT), (CT, CP, Área, SOB), respectivamente. No experimento 3, no desenvolvimento das larvas nas incubadoras, o tratamento BP foi menor que o tratamento OG na variável (CT), e igualmente o tratamento BP foi menor que os tratamentos OG e OC para a variável (DSV). Para o desenvolvimento larval até os 14 dias o tratamento OC foi
maior que o tratamento BP para as variáveis (CT e CP). Conclui-se que a farinha de carne e ossos e farelo de soja (até 60% de inclusão) são boas fontes protéicas para fêmeas
reprodutoras de jundiá. A banha de porco é tão eficiente quanto óleo de girassol e canola como fontes lipídicas para fêmeas reprodutoras e proporcionam bom desenvolvimento
embrionário e das larvas de jundiá