Atividade antioxidante e hepatoprotetora de plantas brasileiras, contendo compostos fenólicos.
Fecha
2010-06-07Metadatos
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Plantas da flora Brasileira foram escolhidas e estudadas por sua atividade antioxidante tanto in vivo como in vitro e também por sua atividade hepatoprotetora in vivo, especialmente relacionadas a compostos fenólicos que
possuem inúmeros benefícios para a saúde. Essas plantas incluem Phyllanthus niruri, Solanum fastigiatum, Solidago microglossa e Baccharis trimera. O extrato aquoso destas folhas mostraram inibição contra a produção de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), induzidas por diferentes prooxidantes (10 μM FeSO4 e 5 μM de nitruprussiato de sódio) em homogeneizado de fígado e cérebro de ratos.Esses extratos também diminuiram a formação de TBARS em fosfolipídios extraídos de gema de ovo.
No ensaio para peroxidação lipídica a ordem de atividade antioxidante foi Solidago microglossa> Phyllanthus niruri > Solanum fastigiatum > Baccharis trimera. A atividade detoxificante de radicais livres dos extratos foi determinada
pela quelação do radical 2,2-difenil-1-picrilhydrazil (DDPH). Os valores de IC50 para Solidago microglossa (3.8 ± 0.1 μg/ml), Phyllanthus niruri (43.4 ± 1.45 μg/ml), Solanum fastigiatum (68.96 ± 1.25 μg/ml) e Baccharis trimera (415.2 ± 15.2 μg/ml) indicam que a ordem de atividade antioxidante é Solidago
microglossa> Phyllanthus niruri > Solanum fastigiatum > Baccharis trimera. Também foi demonstrada a atividade hepatoprotetora dos extratos contra o dano hepático induzido por paracetamol in vivo, evidenciado pela diminuição
nos níveis séricos da glutamato oxaloacetato transaminase (GOT) e glutamato piruvato transaminase (GPT), decréscimo na atividade da catalase no fígado do grupo tratado em comparação com o controle. O extrato aquoso mostrou
também significativa (p<0,05) atividade hepatoprotetora a qual foi evidenciada por verificação de atividade enzimática e restauração dos níveis de TBARS, além disso, restauração a valores normais de forma dose dependente dos níveis de tiol não-proteico e dos níveis de ácido ascórbico. Estudos sobre a
toxicidade aguda da Solanum fastigiatum revelaram que o valor da LD50 para o extrato são maiores que 4 g/Kg de peso corporal de camundongos enquanto que a genotoxicidade da Solidago microglossa foi avaliada usando o teste do
cometa. Os resultados obtidos no teste do cometa revelaram que nesta condição experimental o extrato não foi genotóxico para linfócitos humanos sob concentrações relativamente altas de 0.5 mg/ml. O conteúdo fenólico foi determinado usando o teste Folin Ciocalteu. A Solidago microglossa
apresentou o maio teor fenólico enquanto que a Baccharis trimera apresentou a menor quantidade. Análises fitoquímicas dessas plantas foram realizadas através de TLC/HPLC. As análises TLC revelaram a presença de rutina no extrato aquoso de Phyllanthus niruri, enquanto que na Solanum fastigiatum foi observado à presença de rutina e quercetina. O perfil fenólico da Solidago microglossa e da Baccharis trimera foi determinado por cromatografia líquida de alto desempenho. Baseado nos dados do HPLC foi identificado: quercetina (254.88 ± 5.1 μg/ml), rutina (342.2 ± 7.1 μg/ml) e ácido gálico (2320.8 ± 13.2 μg/ml) no extrato etanólico da Solidago microglossa. Além disso, analises no HPLC revelaram a presença de ácido gálico (76.8 ± 7.2 μg/ml) como o principal
constituinte, enquanto que a rutina (20.1 ± 2.5 μg/ml) e quercetina (10.1 ± 1.4 μg/ml) apresentaram uma menor contribuição no extrato aquoso de Baccharis trimera . Concluindo, o extrato cru dessas plantas apresentou alta atividade antioxidante e detoxificadora de radicais livres as quais estão relacionadas à presença de compostos fenólicos. Esses resultados implicam no uso dos extratos como agentes terapêuticos na prevenção de doenças relacionadas ao
estresse oxidativo.