Efeitos do exercício físico sobre a atividade de enzimas dos sistemas purinérgico e colinérgico em sangue de ratos hipertensos
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Data
2014-08-29Primeiro orientador
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
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A hipertensão é uma condição clínica multifatorial que, na maioria dos casos, está
acompanhada de um quadro inflamatório de baixo grau e alterações nas funções
plaquetárias. Essas modificações podem estar relacionadas a um desequilíbrio na regulação
dos níveis de nucleotídeos de adenina (ADP, ADP e AMP), da adenosina e da molécula
acetilcolinesterase (ACh), que é realizada pelas enzimas do sistemas purinérgico
[NTPDases, ecto-5 -nucleotidase e adenosina desaminase (ADA)] e colinérgico
[Acetilcolinesterase (AChE) e Butirilcolinesterase (BuChE)] presentes no sangue,
respectivamente. A atividade dessas enzimas pode ser modulada pela prática regular de
exercícios físicos, a qual tem sido recomendada para o tratamento da hipertensão. Sendo
assim, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito de seis semanas de natação sobre a
pressão arterial, a atividade de enzimas dos sistemas purinérgico e colinérgico em sangue,
bem como sobre a agregação plaquetária e marcadores inflamatórios clássicos em ratos
com hipertensão induzida através de administração de metila Nω-Nitro-L-arginina cloridrato
de éster (L-NAME). Com o objetivo de melhor compreender as alterações crônicas, avaliouse,
também, o efeito de uma única sessão aguda de exercício sobre a atividade das
enzimas já mencionadas. Os animais foram divididos em quatro grupos (n = 10): Controle,
Exercício, L-NAME e L-NAME Exercício. Após 60 dias de tratamento, os animais foram
submetidos à eutanásia e as plaquetas, os linfócitos, o sangue total e o soro foram usados
para as determinações experimentais. Os resultados obtidos mostraram que o treinamento
com natação foi capaz de reduzir a pressão sanguínea em ratos hipertensos, além de
prevenir o aumento da atividade das enzimas NTPDase, ecto-5 -nucleotidase e ADA em
linfócitos e plaquetas, o que provavelmente contribuiu para prevenir a agregação
plaquetária. Cronicamente, a natação também foi eficaz na prevenção do aumento da
atividade das enzimas AChE em linfócitos e sangue total e BuChE em soro. Com relação à
expressão da NPTDase1, o exercício per se gerou a redução da expressão desta enzima,
mas não apresentou efeitos significativos nos ratos hipertensos. A prevenção do aumento
dos níveis de colesterol, triglicerídeos, proteína C-reativa e mieloperoxidase gerada pela
prática da natação reforça o fato de que o exercício reduziu a inflamação em ratos
hipertensos. Como resposta a uma única sessão aguda de exercício, verificou-se o aumento
da atividade das enzimas dos sistemas colinérgico em sangue total, linfócitos e soro e do sistema purinérgico em plaquetas. Entretanto, ocorreu a diminuição da atividade da
NTPDase e da ADA em linfócitos. Pode-se concluir que este estudo permitiu desvendar em
parte os mecanismos relacionados aos processos protetores advindos da prática regular de
exercício físicos na hipertensão relativos aos processos inflamatórios e à agregação
plaquetária. Os resultados ainda reforçam a importância da dosagem das enzimas dos
sistemas purinérgico e colinérgico como parâmetros da resposta inflamatória. Conclui-se,
também, que a prática regular de exercício físico possui efeitos antitrombóticos e antiinflamatórios
através da modulação da atividade das enzimas dos sistemas purinérgico e
colinérgico na hipertensão. Sugere-se que estas respostas tenham sido provenientes das
adaptações ocorridas no organismo decorrentes de cada estímulo agudo, que gerou
estímulos suficientes para quebrar a homeostase do organismo e promover adaptações
benéficas. Desta forma, o exercício físico aeróbico moderado possui um papel fundamental
na atuação como coadjuvante no tratamento da hipertensão.