Avaliação de marcadores bioquímicos, de estresse oxidativo e do efeito antioxidante da quercetina no hipotireoidismo
Fecha
2014-03-28Metadatos
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O hipotireoidismo é caracterizado por uma desordem decorrente da
deficiência de hormônios tireoideanos, estando relacionado a disfunções no
metabolismo lipídico e ao risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Entretanto, estas alterações no hipotioreodismo precisam ser melhor
compreendidas. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a associação de
marcadores lipídicos, inflamatórios e de estresse oxidativo em pacientes com
hipotireoidismo e o efeito antioxidante da quercetina nestes marcadores, utilizando
como modelo experimental o hipotireoidismo induzido por metimazol em ratos. A
metodologia e resultados são apresentados sob a forma de artigos. No artigo 1,
foram avaliados biomarcadores de estresse oxidativo em 20 pacientes com
hipotireoidismo subclínico (HSC) (49,12 ± 10,85 anos). Os níveis de substâncias
reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), e as atividades das enzimas superóxido
dismutase (SOD), catalase (CAT) e arilesterase (ARE) foram determinadas em
pacientes com HSC e controles. Além disso, foram investigados os níveis de lipídeos
plasmáticos: colesterol total (CT), triglicerídeos (TG) e as lipoproteínas de alta (HDL)
e baixa densidade (LDL). Os níveis de lipoperoxidação determinado pela medida do
TBARS e a atividade da enzima CAT estavam aumentados nos pacientes
hipotireóideos, bem como os níveis plasmáticos de CT e colesterol LDL. A enzima
ARE mostrou-se diminuída no grupo HSC. Foram evidenciadas correlações entre
lipídeos plasmáticos e biomarcadores de estresse oxidativo e com o hormônio de
estimulação da tireóide (TSH). O TSH foi correlacionado com TBARS, CAT e SOD.
O segundo estudo (manuscrito 1) teve por objetivo investigar a associação entre
biomarcadores inflamatórios e o hipotireoidismo clínico (HC). Foram determinados
os níveis plasmáticos das citocinas: interleucina 1 (IL-1), interleucina 6 (IL-6), fator
de necrose tumoral alfa (TNF- α), interferon gama (INF- ɣ) e os níveis de DNA
circulante livre. Além disso, foram avaliados o perfil lipídico e marcadores prótrombóticos
(fibrinogênio e D-dímero). Os pacientes com HC apresentaram perfil próinflamatório,
resultante dos níveis elevados das citocinas e do DNA livre. Os lipídeos
e os marcadores pró-trombóticos também se apresentaram elevados. Associações
significativas entre o perfil inflamatório e o perfil lipídico foram observadas nos
pacientes hipotireóideos. No manuscrito 2 avaliou-se o efeito da quercetina sobre
biomarcadores de estresse oxidativo em um modelo de hipotireoidismo induzido por
metimazol (MMI) em ratos. O hipotireoidismo foi induzido pela administração de MMI
na concentração de 20mg/100mL na água de beber, por um período de 30 dias.
Após este período, os animais receberam oralmente 10 ou 25 mg/kg de quercetina
(QT) por um período de 8 semanas. Ratos machos wistar (n=60) foram divididos em
seis grupos (grupo I, controle; grupo II, QT10; grupo III, QT25; grupo IV,
hipotireóideo; grupo V, hipotireóideo + QT10; grupo VI, hipotireóideo + QT25). Os
ratos hipotireóideos apresentaram níveis de TBARS hepático, renal e séricos
aumentados, bem como os níveis de proteína carbonil (PCO) no fígado e os níveis
de espécies reativas de oxigênio (ERO) no fígado e rins. A administração de
quercetina (QT 10 e 25) diminuiu os níveis de TBARS em soro e rins, a PCO no
fígado e a geração de ERO nos tecidos hepático e renal. Além disso, no grupo
hipotireóideo foram observados altos níveis de TBARS no córtex cerebral e
hipocampo. O tratamento com QT25 reduziu os níveis em ambos os tecidos. A
administração de QT 25 aos ratos com hipotireoidismo diminuiu a atividade da SOD
em fígado e sangue total e aumentou a atividade hepática da CAT. Os níveis de
ácido ascórbico e a capacidade antioxidante total aumentaram no fígado e rins dos
ratos após tratamento com QT10 e QT25. O conjunto dos resultados sugeriu
associação entre estresse oxidativo e hipotireoidismo que pode ser potencialmente
modulado por suplementação de antioxidantes como a quercetina. Estes achados
são de grande importância no entendimento das disfunções bioquímicas e do status
oxidativo no hipotireoidismo como também na busca de estratégias antioxidantes a
serem utilizadas como coadjuvantes no tratamento desta disfunção.