Avaliação do potencial antioxidante e antibacteriano de Anacardium microcarpum e sua toxicidade em diferentes modelos biológicos in vitro
Fecha
2015-09-11Metadatos
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O estresse oxidativo resulta do desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) ou de nitrogênio (ERN) e/ou da diminuição do sistema de defesa antioxidante. Esta condição pode predispor o surgimento de vários processos patológicos, como os infecciosos. Anacardium microcarpum é uma espécie nativa da região Nordeste do Brasil, sendo usada na medicina popular, como tônico no tratamento de inflamação, reumatismo, tumores e doenças infecciosas. Porém, há falta de estudos na literatura sobre o envolvimento da atividade antioxidante e antibacteriana de A. microcarpum em suas propriedades farmacológicas, especialmente em relação ao estresse oxidativo. Sendo assim, a primeira parte deste trabalho avaliou in vitro, o potencial antioxidante das frações etanólica, metanólica e acetato de etila das cascas do caule de A. microcarpum usando modelos químicos e biológicos, bem como, seus possíveis efeitos tóxicos em leucócitos e eritrócitos humanos. Os resultados demonstraram que todas as frações de A. microcarpum (1-400 μg/mL) sequestraram o radical 1,1-difenil-2-picrilhidrazila (DPPH) e inibiram a peroxidação lipídica induzida pelo Fe2+ (10 μM) em homogeizados de cérebro e fígado de ratos. As frações não apresentaram nenhum efeito tóxico na viabilidade celular em leucócitos, e não induziram a hemólise dos eritrócitos humanos. A partir destes resultados, a segunda parte deste trabalho investigou o potencial antibacteriano destas frações diante de linhagens padrão de Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Sthapylococccus aureus e sua atividade moduladora de drogas antibacterianas de uso clínico. Os dados revelaram que houve fraca inibição do crescimento bacteriano na presença das frações com a CIM (concentração inibitória mínima) de 512 μg/mL. Entretanto, as frações apresentaram efeito modulatório relevante em combinação com antibacterianos, sendo os resultados especialmente notórios, para um sinergismo com aminoglicosídeos contra cepas multirresistentes de E. coli quando elas foram adicionadas ao meio de crescimento a uma concentração sub-inibitória (CIM/8 = 64 μg/mL). Em conclusão, os resultados apresentados demonstram de forma inédita, a atividade antioxidante de A. microcarpum, o que pode pelo menos em parte, ser atribuído ao seu conteúdo polifenólico. É possível sugerir que a interação dos constituintes químicos de A. microcarpum com os antibióticos provavelmente está relacionada aos efeitos moduladores observados. Com base nestes estudos, pode-se dizer que o uso de A. microcarpum na medicina tradicional apresenta base científica e a espécie é promissora para a descoberta de novas drogas que poderiam auxiliar no tratamento de doenças infecciosas.