Governança nos conselhos diretores das redes sociais: estudo de caso no forum de entidades empresariais de Santa Maria RS
Abstract
O presente trabalho de pesquisa é motivado pela seguinte pergunta: Quais são as práticas que caracterizam os conselhos diretores eficazes no exercício da governança nas instituições que compõem o Fórum das Entidades Empresariais de Santa Maria--RS? . Considera-se que as organizações do terceiro setor vêm sendo impulsionadas a atuar como catalisadoras das demandas da sociedade e a colaborar com o Estado na busca de soluções, por isso, cada vez mais elas são
estimuladas a se espelharem nas organizações empresariais, a profissionalizarem sua atuação e a adotarem técnicas e valores de gestão empresarial. É senso comum hoje afirmar que o aperfeiçoamento das habilidades de gestão é o principal desafio para que o setor cumpra o seu papel na sociedade. Procura-se, então, como objetivo geral avaliar a atuação dos conselhos diretores em 6 dimensões de competências: contextual, educacional, analítica, estratégica, interpessoal e política. Pelos depoimentos obtidos de 10 conselhos diretores, no levantamento dos dados no qual utilizou-se um questionário adaptado do modelo de competências desenvolvido por CHAIT et al. (1996), observou-se que as mais utilizadas pelos conselhos no exercício da governança são as competências interpessoal, política e contextual, com as seguintes práticas: explicação da missão, cultura, filosofia
da organização aos novos conselheiros; promoção de palestras e cursos para educar e capacitar os conselheiros; discussão sobre fatos e tendências mundiais e locais e mudanças nas características e necessidade dos públicos constituintes; análise dos riscos econômicos, financeiros, jurídicos e sociais das decisões tomadas; tratamento de questões cruciais pela maioria dos conselheiros; exposição de
opiniões divergentes; resolução de divergências através de informações e consenso; realização de reuniões para avaliar a eficácia do trabalho. Já as práticas elencadas nas competências educacional e estratégica são pouco aproveitadas. Constatou-se, ainda, nas organizações pesquisadas uma ampla linha de tempo referente ao ano de fundação (1897 a 1995); coexistência conselho (para fiscalizar) e diretoria ( para governar), número reduzido de funcionários, periodicidade determinada para realização
de reuniões dos conselhos; maior variabilidade de atuação dos conselhos na competência estratégica (100% e 20,62%) e menor variabilidade na competência interpessoal ( 87,40% e 53,60%); ampla diferença no ranking de atuação dos conselhos nas 6 competências ( 87,35% e 38,58%).