A governança como determinante de desenvolvimento: um estudo de caso na cadeia produtiva de frutas no norte do Espírito Santo
Abstract
Nos últimos anos, sobretudo início do século XXI, tem-se observado um forte movimento para proporcionar alternativas inovadoras de desenvolvimento econômico, no sentido de
equacionar problemas referentes à pobreza e geração de renda. O estudo da cadeia produtiva de frutas na região norte do estado do Espírito Santo visa compreender as formas de interação entre os agentes econômicos, sociais e políticos, bem como as forças externas que interferem no processo de produção, transformação e comercialização de sucos e polpas de frutas, propondo um modelo conceitual de gestão, envolvendo todos os agentes econômicos e que tenha o foco no pequeno produtor rural. Este trabalho é caracterizado como exploratório e tem como métodos de coleta de dados, a análise documental, entrevistas semi-estruturadas e
observação. Primeiramente, procurou-se identificar como as cooperativas organizam a sua cadeia de suprimentos. Posteriormente, buscou-se entender por que a fruticultura possui diferentes formas de governança em sua cadeia produtiva. E, finalmente, analisaram-se as principais características de cada um destes mecanismos de coordenação analisados. realizadas entrevistas semi-estruturadas com membros representativos das cooperativas:
COOPRUJ (Cooperativa dos Produtores Rurais de Jaguaré) e COOPCRISTAL (Cooperativa Produtores Cana Cristal), Cooperativa de Agricultores Familiares de Colatina (CAF) e das
agroindústrias Trop Brasil e Sucos Mais. Tais cooperativas foram selecionadas por serem as mais estruturadas no processo de comercialização de frutas. Para se realizar a análise das entrevistas, optou-se pela análise de conteúdo. Tanto na Coopcristal, como na Coopruj como na Caf, foi verificado a seguinte estrutura: com relação aos pressupostos comportamentais, foram evidenciados baixos índices de oportunismo, destacando-se o Oportunismo précontratual
referente à negociação de preços e poda da fruteira (que determina a colheita). Com relação aos atributos de transação, a frequência é recorrente, tendo destaque às especificidades de ativos (locacional, física, temporal e especificidade dedicada). Em relação à estrutura de
governança, destaca-se a híbrida, com relações comerciais de longo prazo e tendo contratos neoclássicos. Foi proposto um modelo de desenvolvimento regional a partir de estruturas de
governança, onde o privilegiado é o pequeno produtor, que busca garantias comerciais para se manter no campo.