Os herbicidas causam alterações reversíveis na comunidade fitoplanctônica em lavoura de arroz
Abstract
A produção de arroz no Brasil utiliza diversos agroquímicos que, dependendo de sua persistência e toxicidade para espécies não-alvo podem contaminar ambientes aquáticos. Lavouras de arroz são parte importante das paisagens do Rio Grande do Sul; são locais de potencial para ajudar a sustentar a biodiversidade regional de muitos invertebrados e vertebrados. O fitoplâncton como produtor primário é a base da cadeia alimentar e desempenha papel de filtro biológico, atuando como estações de tratamento da água nesses ambientes. Objetiva-se com esse trabalho verificar se a mistura herbicida imazapir+imazapique (Kifix®) e os compostos isolados, imazapir e imazapique, alteram a composição e densidade da comunidade fitoplanctônica em lavoura de arroz irrigado, considerando a adição direta dos contaminantes nas parcelas. O experimento foi realizado no município de São Sepé, Depressão Central do Rio Grande do Sul na safra agrícola de 2011/12. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso em esquema fatorial (5 x 3) e quatro repetições. Os resultados obtidos pela Curva de Resposta Principal (PRC) demonstraram que os herbicidas imazapir e imazapique usados em lavouras de arroz podem ter efeito sobre a abundância e composição do fitoplâncton. Os maiores efeitos dos herbicidas foram encontrados sobre as populações pertencentes às classes Cyanophyceae, Chlamydophyceae e Chlorophyceae. Além do mais, os tratamentos com herbicidas assemelharam-se ao controle na última coleta constatando que os herbicidas são mais tóxicos nos primeiros dias após a aplicação dos agroquímicos.