Propagação, metabolismo secundário e genotoxicidade de Solidago chilensis Meyen (Asteraceae)
Resumo
Plantas nativas medicinais são amplamente utilizadas, porém as informações científicas são insuficientes sobre a propagação e a citotoxicidade de algumas espécies. Este trabalho objetivou estudar a propagação sexuada e vegetativa da espécie Solidago chilensis Meyen (Asteraceae), através da germinação de sementes, micropropagação e estaquia, além de avaliar o potencial genotóxico e quantificar o acúmulo de metabólitos secundários das plantas obtidas. Estudos da germinação in vitro e ex vitro das sementes foram desenvolvidos testando-se condições de armazenamento, doses de ácido giberélico (GA3), regimes de luz, tempos de embebição em água a 5ºC ± 1ºC, temperaturas e populações. Para a micropropagação, foram utilizados segmentos apicais e nodais e combinações de benzilaminopurina BAP (0,0 e 2,0 mg L-1) e ácido naftaleno acético ANA (0,0 e 0,2 mg L-1). No estudo da estaquia foram utilizadas estacas de ramos aéreos e de rizomas subterrâneos. Porções apicais, medianas e basais de ramos foram mantidas em água destilada e soluções nutritivas de Murashige e Shoog (20%), contendo ou não ácido indol butírico (AIB) (5,0 mg L-1). Para a estaquia de rizomas, segmentos dos mesmos foram imersos em 0, 600 e 1200 mg L-1 de AIB por seis horas e após cultivados em Plantmax®, areia ou vermiculita. Folhas apicais de quatro procedências: plantas crescendo naturalmente em terreno baldio; plantas oriundas de terreno baldio e cultivadas em casa de vegetação; plantas obtidas das estacas de rizomas e plantas micropropagadas foram coletadas para a avaliação da genotoxicidade e quantificação de polifenóis totais e flavonoides por espectrofotometria, além de ácido clorogênico, quercetina e rutina por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. A genotoxicidade foi avaliada através do teste Allium cepa, testando-se concentrações de 5 e 20 g L-1 de extratos aquosos das folhas secas. As populações influenciaram na germinação de sementes, sendo as de terreno baldio as que apresentaram em média 57,2% de germinação. As sementes germinaram sob fotoperíodo de 16 horas (em média 2,4% e 22,3%) e escuro contínuo (em média 3,5% e 17,6%) no experimento 1 e 3, respectivamente. A embebição por 36 horas favoreceu a germinação (56% e 24,7%) e velocidade de germinação no experimento 2 e 3, respectivamente. A temperatura de 20ºC, no experimento 3, proporcionou a maior porcentagem de germinação das sementes, 26,6%. Na micropropagação, a combinação de 2,0 mg L-1 de BAP + 0,2 mg L-1 de ANA, proporcionou 49% de plantas completas e 37% de sobrevivência na aclimatização. Na estaquia de ramos aéreos, ocorreu superior enraizamento no substrato água com a presença de AIB (29%). O substrato Plantmax® proporcionou 62% de enraizamento nas estacas de rizomas, não diferindo da areia (43%). Na avaliação da genotoxicidade, foi detectado potencial genotóxico dos extratos oriundos das plantas micropropagadas (5 e 20 g L-1) e das cultivadas em casa de vegetação (5 g L-1). Polifenóis e flavonoides foram encontrados em todos os extratos, sendo identificados, os flavonoides, ácido clorogênico e quercetina em maior concentração nas plantas de terreno baldio, 441,4 e 95,7 mg g-1, respectivamente, e rutina em concentração semelhante em todas as amostras (em média 46,9 mg g-1).