Resposta da microalga clorofícea Desmodesmus quadricauda (Turpin) Brébisson a acrilamida em diferentes condições simuladas de estresse abiótico
Fecha
2016-08-31Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Essencial à vida, a água está presente em quase todas as atividades humanas, principalmente no consumo de água potável e em atividades agrícolas. Tendo em vista que a população mundial vem aumentando enormemente, a produção de alimentos tem de ser aumentada sendo que esta necessidade tem-se estimulado cooperativas e produtores a buscarem técnicas alternativas para a melhoria da produtividade e redução de custos. Neste contexto, a adição de hidrogéis no solo, otimiza a disponibilidade de água , devido à sua grande capacidade de armazenamento, acelerando o desenvolvimento do sistema radicular e da parte aérea das plantas. A maioria dos hidrogeis é feito à base de poliacrilamida, polímero da acrilamida (AM), monômero que se apresenta na forma inodora e de coloração branca, solúvel em água e altamente tóxica. Os efeitos prejudiciais da AM, que apresenta risco carcinogênico e desregulador endócrino nos seres vivos, são conhecidos há mais de 30 anos. No solo, a acrilamida apresenta um elevado período para ser degradada e devido a lixiviação, o monômero pode ser encontrada em ambientes aquáticos. Devido a sua toxicidade, a acrilamida em concentração de 5,88 mg/L-1 reapresenta a EC50 de microalgas clorofíceas Desmodesmus quadricauda (Turpin) Brébisson. Além da influencia da poluição, vários fatores abióticos como temperatura e pH, interferem nas comunidades aquáticas. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos tóxicos da acrilamida em concentração pré-estabelecida juntamente com alterações de temperatura (24 ºC e 17 ºC) e variação de pH sobre parâmetros fisiológicos da microalga D. quadricauda . As clorofíceas foram cultivadas em meio Water Culture (WC), com suas células em fase exponencial exposta por um período de 72 horas a concentração de 5,88 mg.L-1 de acrilamida, valores de pH que variaram de 5, 6, 7 e 8. Amostras periódicas foram realizadas contagens ao microscópio, em que se levou em consideração a plasticidade fenotípica e medidas celulares, o biovolume e densidade celular. Ao comparar este estudo com a EC50 da acrilamida obtido em estudo prévio, os resultados indicaram que a 17 ºC a toxicidade da acrilamida diminuiu e em temperaturas a 24 ºC aumentou, não tendo o pH interferido neste parâmetro. Analisando as medidas celulares de largura e comprimento, resultados foram significativos com o controle de pH8 e com temperatura a 15ºC, assim como nos valores do biovolume, onde a variação apenas do pH apresenta variação entre os controles e tratamentos testados. A plasticidade fenotípica do gênero aponta que ao analisar os grupos separadamente nos períodos de 24, 48 e 72 horas, que apesar de não haver diferenças significativas, maior alteração fenotípica foi encontrada nos cenóbios de uma célula, que prevaleceu maior no grupo tratado com acrilamida e alteração de pH em praticamente todos os períodos. Portanto, a concentração de acrilamida presente nos ensaios juntamente com alterações de temperatura e pH testadas, indica que a toxicidade da substância altera os parâmetros testados na microalga, se tornando um risco às comunidades aquáticas se expostas a acrilamida.