Freqüência de irrigação no cultivo hidropônico da alface
Resumo
O objetivo do trabalho foi verificar a influência de quatro intervalos entre irrigações sobre a produção de alface em hidroponia e a retenção de solução nutritiva, além de determinar o intervalo entre irrigações mais adequado em cada época de cultivo. Foram realizados experimentos em quatro épocas durante um ano, conduzidos em hidroponia no sistema de fluxo laminar de nutrientes (NFT), sob estufa plástica. Adotou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso em esquema fatorial 4x4, constituído por quatro intervalos entre irrigações (T15 - 15 min de irrigação a intervalos de 15 min; T30 - 15 min de irrigação a intervalos de 30 min; T45 - 15 min de irrigação a intervalos de 45 min
e T60 - 15 min de irrigação a intervalos de 60 min) e quatro épocas de cultivo (primavera, verão, outono e inverno). Foram realizadas análises de fitomassa seca de folhas (FMSF), caule (FMSC), raízes (FMSR) e total (FMST), índice de área foliar (IAF), volume do sistema radicular (VR) e retenção
de solução nutritiva pelo sistema radicular (RET). Também foram determinadas a temperatura do ar e a radiação global incidente no interior da estufa, bem como o consumo de energia elétrica em cada tratamento. Observaram-se diferenças significativas entre tratamentos (P<0,05) apenas para FMSR e VR. Entre as épocas de cultivo foram encontradas diferenças significativas (P<0,05) em todas as
variáveis analisadas, as quais são atribuídas às condições meteorológicas distintas de cada cultivo. Não houve interação entre os fatores para nenhuma variável avaliada. A produção de FMSF e de área foliar da alface não foi prejudicada pela ampliação do intervalo entre irrigações desde 15 até 60
min. Ocorreu incremento da FMSR e do VR das plantas com a ampliação do intervalo entre irrigações, promovendo retenção da solução nutritiva. Essa retenção permitiu a ampliação do
intervalo entre irrigações sem a ocorrência de deficiência hídrica. Em todas as épocas, o tratamento T60 foi o mais adequado, por permitir uma economia de energia elétrica de até 53,57% sem prejuízos à produtividade da cultura.