Bioatividade de inseticidas botânicos sobre Ascia monuste orseis (Lepidoptera: Pieridae)
Date
2009-04-29Metadata
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Devido à grande importância de Ascia monuste orseis como inseto-praga de brassicáceas, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar, em condições de laboratório, a ação de inseticidas botânicos sobre lagartas e posturas, além do consumo alimentar de lagartas, bem como testar, em condições de campo, a eficiência de controle, dos inseticidas botânicos que apresentaram melhores resultados nos testes em laboratório, sobre lagartas de A. monuste orseis em cultivo de couve (Brassica oleracea L. var. acephala DC). Nos testes em laboratório foram avaliados, à temperatura de 25±2ºC, umidade relativa de 60±10% e fotofase de 14 horas, os efeitos dos extratos aquosos a 10% p/v de pó-de-fumo (Nicotiana tabacum L.), de folhas de Melia azedarach L., Eucalyptus tereticornis Sm., Cedrella fissilis Vell. e Trichilia claussenii C. DC., de folhas e ramos de Ateleia glazioveana Baill e Ruta graveolens L., além de DalNeem®, produto comercial à base de frutos maduros de nim (Azadirachta indica A. Juss) a 1, 5 e 10% v/v. Após serem oferecidos discos de folhas de couve tratados com os diferentes tratamentos, a lagartas com três dias de idade, foi avaliada a mortalidade, a viabilidade da fase larval e o consumo alimentar. Foi testada, também, a ação dos extratos sobre posturas. A partir de aplicações tópicas dos extratos sobre lagartas de três dias, foi avaliada a ação de contato dos mesmos através da observação da viabilidade e da duração da fase larval, da viabilidade pupal e do peso das pupas, além do número de adultos com defeito. Finalmente, em ensaio realizado no campo, foi estimada a eficiência de controle dos produtos que melhor desempenho tiveram nos testes em laboratório (pó-de-fumo, DalNeem a 1% e M. azedarach), comparados com tratamento padrão, produto à base de deltametrina (Decis 25 CE). Verificou-se que, em laboratório, o pó-de-fumo foi o extrato que apresentou melhor atividade ovicida; após ingestão dos extratos testados, destacou-se o pó-de-fumo, seguido de DalNeem, em relação à mortalidade causada a lagartas, além do DalNeem, pó-de-fumo e M. azedarach afetarem a viabilidade das mesmas; sob ação de contato, DalNeem e pó-de-fumo ocasionaram total mortalidade às lagartas e o extrato de M. azedarach destacou-se por resultar em pouco mais da metade de pupas viáveis, por apresentar uma tendência na diminuição do peso das pupas e por ocasionar malformação nas asas da totalidade de adutos emergidos; tanto sob ação de ingestão como de contato, os extratos testados praticamente não acarretaram alteração na duração da fase larval e todos os extratos ocasionaram efeito fagodeterrente sobre o curuquerê-da-couve. Para o controle de A. monuste orseis em cultivos de brassicáceas, recomenda-se o produto comercial DalNeem a 1%, respeitando-se as especificações do produto, já que o pó-de-fumo, no campo, ocasiona pigmentação escura em plantas de couve.