Inoculação com azospirillum brasilense em milho na integração lavoura-pecuária e a relação com as doses de nitrogênio e umidade do solo e ph s em solução
Abstract
O uso contínuo de fertilizantes em altas concentrações vem alavancando as preocupações relacionadas com a poluição ambiental associados com a modernização e especialização dos sistemas de produção agrícola e de pecuária. Com isso, consumidores estão preocupados, e exigem que a produção nos sistemas agropecuários seja aliada a sustentabilidade e a eficiência produtiva. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho agronômico da cultura do milho inoculado com Azospirillum brasilense e diferentes doses de nitrogênio em sistema de integração lavoura-pecuária manejado com diferentes massas de forragem pós-pastejo e interferências de fatores abióticos no desenvolvimento vegetativo da cultura. Três estudos foram conduzidos, sendo um a campo e dois em ambiente protegido. O estudo a campo foi conduzido no município de Mata, em um Argissolo Vermelho Distrófico arênico, no delineamento experimental de blocos ao acaso com parcelas subdivididas, três repetições, em esquema fatorial 5x2x5 (massa de forragem pós-pastejo, Azospirillum brasilense e doses de nitrogênio. As alturas de massa de forragem pós-pastejo compreenderam a 0,10m, 0,20m, 0,30m, pastejo convencional e sem pastejo, com doses de nitrogênio que variaram de 0, 75, 150, 225 e 300 kg ha-1, com e sem inoculação. Os estudos iniciaram no ano de 2014, com o manejo das forragens em dois invernos e dois anos de avaliação da cultura do milho em nível de campo nos anos agrícolas 2014/2015 e de 2015/2016. Os outros dois estudos em ambiente protegido foram conduzidos na Universidade Federal de Santa Maria, no perido de novembro de 2015 a abril de 2016. Os tratamentos no primeiro estudo foram milho inoculado ou não, em solução nutritiva com cinco variações de pH s (4,5; 5,0; 5,5; 6,0 e 6,5), em arranjo bifatorial com três repetições. No segundo experimento avaliou-se diferentes níveis de umidade do solo com e sem inoculação, com quatro repetições nas umidades de capacidade de campo 25%, 50%, 75% e 100%. Para ambos os estudos se usou o hibrido DEKALP 240 e o inoculante AzoTotal (líquido). No estudo de campo foi avaliado características agronômicas e os componentes de produtividade da cultura do milho, do início ao fim do ciclo da cultura. Nos estudos em ambiente protegido as avaliações de parte aérea, e sistema radicular ocorreram até estádio fenológico V4. No estudo de campo, o desdobramento do fator inoculação foi constatado um incremento de 13% para utilização do Azospirillum brasilense no tratamento de sementes de milho para a safra 2014/15. O Azospirillum brasilense proporcionou um incremento no ganho produtivo de 4,5% em relação a sua ausência. Plantas com a presença da bactéria, melhoram seu sistema radicular em solo com estresse hídrico. Quando aumentou o volume de raiz, reduziu a parte aérea da cultura. A utilização das bactérias diazotróficas contribuiu para incremento dos pigmentos fotossintéticos nas folhas do milho quando em déficit hídrico. O desenvolvimento radicular e a parte aérea da cultura do milho, foram afetados pela variação do pH de solução. Diante desses resultados, a presença do Azospirillum brasilense favorece o crescimento das plantas, aumenta o volume de raiz e incrementa a produtividade de grãos, principalmente em anos de cultivo com menor precipitação pluviométrica durante a fase de crescimento das plantas. A presença do Azospirillum brasilense amplia a magnitude de pH s com possibilidade de cultivo para milho.