Arte digital e circuito expositivo: um curto em torno do file
Resumo
O objetivo desta pesquisa é discutir o circuito expositivo da arte digital na contemporaneidade, verificando como se articula a arte digital, quais são suas particularidades e como se insere no circuito da arte. Este percurso tem como base as experiências vivenciadas no FILE (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica), nas edições São Paulo 2010 e Porto Alegre 2011, além das visitas realizadas ao seu ambiente virtual. Este é o evento mais representativo do gênero, no Brasil e na América Latina, um festival com projeção internacional. Ao tecer uma pesquisa sobre arte, utiliza-se uma abordagem qualitativa. Isto se estabelece a partir de um levantamento bibliográfico; da pesquisa de campo aos espaços in loco e ambientes virtuais do FILE; de entrevistas, com uma das idealizadoras do evento, Paula Perissinotto, e alguns artistas que se destacaram no percurso do festival, entre eles, Anna Barros, Guto Nóbrega e Yara Guasque; além de uma pesquisa pelos ambientes virtuais de outros espaços e festivais que movimentam o circuito expositivo da arte digital. Também são realizadas visitas a alguns dos principais eventos que discutem a produção no Brasil, observando suas estratégias de disseminação e analisando como debatem, expõem, preservam e comercializam a arte digital. Todos estes instrumentos permitem pensar a arte digital no circuito expositivo em torno do FILE. Assim, a proposta desta dissertação tem a intenção de trazer uma contribuição para o campo da história, teoria e crítica da arte contemporânea, por meio de um estudo baseado nas mudanças recentes na sociedade, proporcionadas pela comunicação, ciência e tecnologia, as quais refletem nas relações entre público, obras, artistas, instituições e circuitos de exposição.