Diversidade de formigas (Hymenoptera: formicidae) de fragmentos florestais em Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil
Resumo
Formigas pertencem a um grupo de insetos sociais hiper-diversos que possuem espécies usadas como
indicadores ecológicos das condições dos habitats em que ocorrem. O presente estudo visa analisar
riqueza, composição de espécies, diversidade, similaridade e variáveis ambientais associadas à
mirmecofauna de serapilheira de oito fragmentos florestais no município de Santa Maria, localizado na
região da Depressão Central do Rio Grande do Sul, Brasil. As amostragens seguiram um protocolo
padronizado, através do estabelecimento de um transecto de 200 m em cada fragmento. Para fins de
análise estatística, os fragmentos foram agrupados em duas categorias, de acordo com seu estado de
conservação, preservados ou em regeneração. Foi registrado um total de 80 espécies de formigas,
pertencentes a 24 gêneros e nove subfamílias. Myrmicinae, Formicinae e Ponerinae foram as
subfamílias mais ricas e Camponotus, Hypoponera e Pheidole, os gêneros com o maior número de
espécies. As espécies mais freqüentes foram Solenopsis sp. 1 e Gnamptogenys striatula. Os índices de
diversidade de Shannon-Wiener e Margalef tiveram a mesma ordenação entre os fragmentos, sendo
maiores em FRJB 01, e menores para FRCE 05. Os índices de dominância apresentaram a mesma
ordenação em relação aos valores maiores, mas diferiram em relação aos mínimos, com FRJB 01
menor para Simpson e FPMC 06 para Berger-Parker. O NMDS evidenciou a separação dos
fragmentos nos dois grupos distintos, confirmado pela análise de similaridade. A análise de
porcentagem de dissimilaridade mostrou que Gnamptogenys striatula e Wasmannia sp. 3 tiveram
maior contribuição para a diferenciação dos estados de conservação. Os fragmentos preservados
apresentaram maior similaridade entre si do que os em regeneração, destacando-se Gnamptogenys
striatula e Solenopsis sp. 1 nos primeiros, e Solenopsis sp. 1 e Hypoponera sp. 4 nos outros. De todas
variáveis ambientais mensuradas, apenas tamanho da borda apresentou relação com a riqueza de
espécies. Baseado nos resultados encontrados, as comunidades de mirmecofauna estudadas
apresentaram riqueza e composição expressivas parcialmente relacionadas com as condições de seus
habitats. No entanto, outros fatores como isolamento de áreas de vegetação contíguas, tempo de
regeneração e histórico e intensidade das perturbações sofridas podem estar interferindo na
estruturação dessas comunidades e sua biodiversidade associada.