Seleção sexual em Aegla longirostri (Decapoda: Anomura): escolha de parceiro, meios de comunicação e efeitos na agressividade
Fecha
2013-02-19Metadatos
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Este estudo envolveu dois experimentos que abordaram a escolha de parceiros, a competição por fêmeas maduras e os meios de comunicação utilizados pelos indivíduos de Aegla longirostri. No primeiro, machos desta espécie foram pareados conforme o tamanho corporal e dos quelípodos e, após uma semana de aclimatação em laboratório, foram acomodados em lados opostos de um aquário dividido em três partes. No centro deste aquário foi inserido um recipiente que continha uma fêmea, conforme quatro tratamentos: Fimat, recipiente translúcido e perfurado que continha uma fêmea imatura (N = 10); FmatCV, igual ao anterior, porém com uma fêmea madura (N = 10); FmatV, recipiente sem perfurações, translúcido e com fêmea madura (N = 10); FmatC, recipiente perfurado, opaco e com fêmea madura (N = 10); NF = sem fêmea, recipiente vazio (N = 5). Então, os machos eram liberados e deixados para interagir por 20 min. Foram quantificados: o tempo dos três primeiros confrontos, tempo que os animais passaram em atos agressivos, tempo de latência, tempo que permaneceram próximos ao recipiente e o número de antenadas dividido pelo tempo de confronto. Com isso, foi observado que os machos possuem embates mais rápidos e menos intensos na presença de fêmeas maduras, independente do meio de comunicação. Porém, foram necessários ambos os estímulos para que o macho vencedor ficasse mais tempo próximo do recipiente, em um comportamento possivelmente de guarda. Logo, a fêmea pode estar controlando o estímulo que anuncia sua receptividade, liberando-o apenas quando o macho preferido está próximo, o que causa assimetria de informações entre os combatentes, fazendo com que o confronto termine mais cedo. Também foi demonstrada a importância de estímulos bimodais (químico + visual) para comportamentos reprodutivos, uma vez que na presença destes, o repertório apresentado foi mais complexo. Para verificar a escolha de parceiro pelos sexos de A. longirostri, foi utilizado outro design experimental que foi composto de três animais, sendo dois para serem escolhidos ( alvos ) e um para escolher ( discriminante ), dispostos em um aquário em Y, em quatro tratamentos: MD, macho adulto como animal discriminante e duas fêmeas, uma imatura e outra madura, como alvos (N = 8); FD, fêmea madura como discriminante e dois machos adultos, um grande e outro pequeno, como alvos (N = 7); Q, igual ao anterior, porém a fêmea poderia escolher baseada apenas em estímulos químicos dos alvos (N = 7); V, igual ao FD, porém a fêmea poderia escolher utilizando apenas os estímulos visuais dos alvos (N = 7). Os eglídeos eram aclimatados por 10 min e, após, o animal discriminante era liberado por 20 min; o tempo que este permanecia em cada corredor era quantificado e utilizado como índice de escolha. Os machos não realizaram escolha, porém houve muita variação de tempo permanecido no corredor que havia fêmea madura. Já as fêmeas só escolheram machos grandes quando este poderia liberar estímulos visuais e químicos concomitantemente. Portanto, a fêmea provavelmente controla a liberação dos químicos que indicam sua receptividade, por isso só alguns machos realizaram a escolha. Elas também necessitam de mais informações para escolher um parceiro, uma vez que só realizaram escolha quando havia dois estímulos presentes.