Correção da acidez do solo em subsuperfície em um latossolo de textura franco-arenosa sob plantio direto
Abstract
Em regiões tropicais e subtropicais, especialmente onde há a ocorrência de veranicos, a acidez subsuperficial (abaixo dos 10 cm) tem sido apontada como uma das causas de limitação ao crescimento de raízes e à produtividade agrícola. No estado do Rio Grande do Sul, nos últimos anos, existem relatos
de que muitas áreas sob plantio direto não apresentam alumínio trocável na camada de 0-10 cm, mas nas camadas inferiores, são encontrados elevados teores de Al e baixa saturação por bases. Contudo, não existem informações que permitem inferir sobre a relevância destas condições em subsuperfície na produtividade das culturas. Este trabalho foi elaborado com o objetivo de avaliar se a ocorrência de alta
saturação por alumínio e baixa saturação por bases em subsuperfície no plantio direto, pode representar um ambiente restritivo para o crescimento e produtividade das culturas, bem como avaliar técnicas para correção da acidez em subsuperfície. O experimento foi implantado em Tupanciretã, RS, em um Latossolo Vermelho distrófico típico (Embrapa, 2006), de textura franco-arenosa. A área vinha sendo
conduzida sob plantio direto, sendo que a condição inicial, na camada de 0-10 cm era de pH 5,5, saturação por Al de 0% e saturação de bases de 65%; na camada de 10-20 cm apresentava pH 5,1, saturação por Al de 24% e saturação por bases de 39%. Em julho de 2005 foram implantados os
seguintes tratamentos: sem revolvimento e sem calcário; sem revolvimento e com calcário, 1 SMP - pH 6,0; lavração sem calcário; lavração com calcário, 1 SMP - pH 6,0; escarificação sem calcário; escarificação com calcário, 1 SMP - pH 6,0; baseado na amostra de 0-20 cm. As avaliações realizadas foram: produção de matéria seca, ciclagem de nutrientes (Ca, Mg, P, K e N), produtividade de grãos, distribuição do sistema radicular e análise econômica para a soja e o milho. Em amostras de solo coletadas aos 9 e 24 meses após a implantação do experimento, nas camadas de 0 5, 5 10,
10-15, 15 20 e 20 30 cm foram determinados os teores trocáveis de Ca, Mg e Al, pH H2O, saturação por bases e saturação por Al, além dos teores de P disponível, K trocável e carbono orgânico. Todas as variáveis foram submetidas à análise da variância e quando significativas, as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey a 5 %. Os resultados mostram que acidez em subsuperfície (10-20 cm) não foi limitante à produtividade da soja e do milho quando a camada superficial (0-10 cm) estava em níveis recomendados pela CQFS-RS/SC (2004), o que não permitiu a definição do melhor modo de aplicação de calcário sob o ponto de vista de produtividade de grãos e viabilidade econômica, porém, a incorporação de calcário por lavração foi o modo mais eficiente de correção da acidez em subsuperfície.