Solução tampão que mimetiza as características ácido-base do tampão SMP em resposta à acidez de solos brasileiros
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2011-02-21Metadatos
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No Brasil, o tampão SMP vem sendo utilizado desde a década de 60 como o principal método para a estimativa da acidez potencial e/ou da necessidade de calcário do solo. No entanto, em sua composição, a solução SMP apresenta p-nitrofenol e cromato de potássio, substâncias essas com elevado potencial de contaminação ambiental e capazes de promover o desenvolvimento de metahemoglobina e carcinomas aos seus manipuladores, como conseqüência da exposição continuada. Este trabalho teve como objetivo principal desenvolver uma solução tampão livre de substâncias tóxicas, capaz de mimetizar as características ácido-base do tampão SMP, na composição utilizada nos estados do RS e SC (SMP-RS/SC), em resposta à acidez de solos brasileiros. Para
o desenvolvimento do novo tampão, utilizaram-se como substitutos ao p-nitrofenol e ao cromato de potássio, o imidazol e o ácido 2-(N-morfolino) etanossulfônico monohidratado (MES), respectivamente. Realizou-se a titulação do tampão SMP-RS/SC com HCl e esses dados de titulação foram utilizados como ponto de partida para que o
novo tampão reproduzisse o comportamento potenciométrico do tampão SMP-RS/SC. Para tanto, empregou-se análise de regressão multiparamétrica, considerando como variáveis os valores de pKa e as concentrações dos componentes do novo tampão. A composição final para o novo tampão, denominado Tampão Santa Maria (TSM), foi obtida com: 37,5 mM de trietanolamina; 17,3 mM de imidazol; 30,7 mM de MES; 20,7
mM de acetato de cálcio e 721 mM de cloreto de cálcio; com pH inicial ajustado a 7,5. Para comparação entre o TSM e o SMP-RS/SC, utilizaram-se 42 amostras de solo oriundas de diferentes regiões fisiográficas do Brasil. Ajustou-se regressão linear entre os valores de pH-TSM e pH-SMP, e também, entre a recomendação de calcário por TSM e por SMP, alcançando-se coeficiente de determinação (R2) superior a 0,99 em ambos os casos. O TSM apresentou sensibilidade equivalente ao SMP-RS/SC na diferenciação do grau de acidez dos solos estudados, podendo ser utilizado em substituição a esse, sem a necessidade de alteração da rotina e das interpretações laboratoriais já desenvolvidas para a estimativa da acidez potencial ou necessidade de calcário do solo. À temperatura de 22 a 27 ºC, o TSM apresenta uma longa vida útil, podendo ser armazenado em recipiente de plástico-polipropileno ou vidro protegido da luz, por um período de 120 a 150 dias. A substituição do tampão SMP-RS/SC pelo TSM
é uma alternativa viável para os laboratórios de análise de solo evitarem a geração de resíduos perigosos e reduzirem os riscos à saúde dos técnicos manipuladores.