Recuperação do potássio adicionado em solos com diferentes teores e o efeito na disponibilidade às plantas
Abstract
A sustentabilidade da produção é amplamente difundida e discutida dentro dos sistemas produtivos, a utilização dos recursos da cadeia produtiva do setor agrícola, principalmente insumos, necessita de avaliações constantes, uma vez que seus impactos sócio-econômicos e ambientais podem ser irreversíveis. O potássio é o segundo nutriente em termos de exigência pelas culturas, em países como o Brasil torna se evidente, a crescente demanda desse elemento, porém, mais de 90% da matéria prima para a fabricação de fertilizantes potássicos é importada. Devido à grande variabilidade de solos existentes, e às diferentes propriedades físico-químicas dos minerais fertilizantes em relação ao meio, os parâmetros para recomendação de fertilizantes baseiam-se em propriedades físicas e químicas do solo, e níveis de suficiência, dentro dos quais é possível quantificar e qualificar a capacidade de liberação de nutrientes do solo para as plantas. Vários experimentos com potássio têm observado resposta agronomicamente significativa apenas nas doses similares a quantidade exportada pelas culturas. O presente trabalho tem como objetivo melhorar e maximizar o aproveitamento do potássio adicionado, de maneira que venha a contemplar aspectos técnicos e econômicos, e garantir uma produtividade satisfatória integrada à restrição do uso indiscriminado de fertilizantes potássicos, desta forma, comprovar ou descartar as seguintes hipóteses: 1) O potássio adicionado é recuperado pelas plantas de tal forma, a fixação deste elemento pelo solo não ocorre em níveis significativos. 2) A adição de doses de K2O sobre teores mais elevados já existentes no solo aumenta a disponibilidade de potássio para as plantas, estimulando a absorção acima dos limites suficientes para determinada produção. 3) Os níveis críticos apontados como base para recomendação são desnecessários, e a adição de potássio pode se basear apenas na necessidade das culturas para determinadas produtividades. O trabalho constituiu-se de dois experimentos. O primeiro ocorreu no campo, com dois cultivos sucessivos de soja e trigo, sobre um Argissolo Vermelho distrófico típico (EMBRAPA 2006), localizado junto ao departamento de solos da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil, com histórico de fertilização potássica a partir de 1991, e o segundo transcorreu em casa de vegetação, e teve como base, amostras de solos coletadas na área do primeiro experimento, e amostras de um Latossolo Vermelho distrófico típico (EMBRAPA, 2006) oriundo da Embrapa/Soja Londrina, PR, Brasil, também com histórico de adubação potássica, desde 1983. Em ambos os experimentos as unidades experimentais variam, quanto ao teor inicial de potássio no solo, e a quantidade de K2O adicionada.