Impacto do uso da terra nos atributos químicos e físicos de solos de rebordo do planalto - RS
Abstract
As mudanças na utilização das terras podem levar à degradação da qualidade química e física do
solo. Nas áreas de encosta do estado do Rio Grande do Sul (RS) a vulnerabilidade à degradação das
terras é elevada, devido a combinação de relevo forte ondulado a montanhoso e solos com pequena
profundidade efetiva. O objetivo geral deste trabalho foi avaliar as características químicas e físicas
do solo de áreas situadas no Rebordo do Planalto na região central do RS, sob diferentes usos da
terra. Para isso foram selecionadas duas áreas representativas da região denominada Rebordo do
Planalto, caracterizada por áreas de encosta com predomínio da agricultura familiar em pequena
escala (Silveira Martins (SM) e São João do Polêsine (SJ)) e uma área de transição entre o Rebordo
do Planalto e o Planalto Médio (Júlio de Castilhos (JC)). Em SM foram coletadas amostras de solo no
sistema de plantio direto (PD), plantio convencional (PC), reflorestamento (RF) e mata nativa (MN).
Em SJ foram coletadas amostras de solo sob os usos na mata nativa (MN), mata secundária (MS),
lavoura velha (LV), lavoura nova (LN) e lavoura abandonada (LA). Em JC as amostras foram
coletadas em áreas de mata nativa (MN), campo nativo (CN) e plantio direto (PD). As amostras foram
coletadas na profundidade de 0-10 e 10-20 cm. Através dos resultados obtidos, observaram-se
modificações nas características químicas e físicas do solo em função dos diferentes usos da terra,
ao comparar com a mata nativa. Em sistemas que não recebem adições constantes de fontes
externas, ocorreu uma depressão da fertilidade química. A matéria orgânica do solo teve diminuição
nos teores, conforme aumentou a intensidade de uso da terra. O grupo C-O-alquil foi o grupo de
carbono que apresentou a maior contribuição nos espectros de RMN 13C, independente do sistema
de uso da terra. As principais alterações físicas ocorridas em comparação com as condições naturais
do solo, foram diminuições da macroporosidade, porosidade total e condutividade hidráulica saturada
e aumento na densidade do solo. Os parâmetros de agregação do solo, neste trabalho, não se
mostraram como bons índices de avaliação para identificar mudanças em função dos diferentes usos
da terra.