Metais pesados em solo e plantas em área com longo histórico de aplicações de fontes orgânicas e mineral de nutrientes
Resumo
Aplicação de fertilizantes orgânicos e minerais em áreas agrícolas, especialmente, sob plantio
direto e ao longo de anos, pode promover o aumento dos teores e metais pesados, como arsênio
(As), cádmio (Cd), chumbo (Pb), cromo (Cr), cobre (Cu), zinco (Zn) e níquel (Ni) no solo, que
podem ser contaminantes do solo e águas, mas também podem ser absorvidos e acumulados em
plantas, e até exportados pelos grãos, ingressando na cadeia alimentar. O objetivo do trabalho foi o
de avaliar como as alterações nos os teores de arsênio, cádmio, chumbo, níquel, cromo, zinco e
cobre no solo, motivadas pelo uso por vários anos de fontes orgânicas e mineral, podem se refletir
no seu conteúdo na parte aérea de plantas de aveia preta, milho e trigo, e nos grãos de milho e
trigo. O trabalho foi realizado na área experimental do Departamento de Solos da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria, Rio Grande do Sul (RS). O experimento foi
instalado no ano de 2004 e os tratamentos foram dejetos líquidos de suínos (DLS) e de bovinos
(DLB), cama sobreposta de suínos (CSS), adubação mineral (uréia + superfosfato triplo + cloreto
de potássio) e testemunha (sem a aplicação de nutrientes). Em agosto de 2014 foram coletadas
amostras de solo, dejetos e parte aérea e grãos de aveia-preta (Avena strigosa) (inverno de 2013),
milho (Zea mays) (safra 2013/14) e trigo (Triticum aestivum) (inverno de 2014). Foram analisados
os elementos As, Cd, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn e constatou-se que houve acréscimo de seus teores no
solo com as frequentes aplicações de fertilizantes orgânicos e mineral sem, contudo, ultrapassarem
os valores máximos estabelecidos pelo CONAMA 420. As culturas de aveia preta, milho e trigo
mostraram acréscimo de Cr, Cu, Ni e Zn no tecido vegetal, mas os teores destes elementos nos
grãos de milho e trigo sugerem que o uso das fontes orgânicas não representam potencial risco
para o consumo de grãos destas culturas comerciais