Determinação de bifenilos policlorados em leite em pó e ingestão diária estimada por pré-escolares
Fecha
2010-08-27Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Os bifenilos policlorados são substâncias organocloradas sintéticas que podem causar efeitos lesivos à saúde. Não existem fontes naturais conhecidas de PCBs no ambiente. Eles podem ser líquidos ou sólidos, incolores ou amarelo claro. Alguns são voláteis e podem permanecer como vapores no ar. Foram amplamente utilizados na indústria como óleos para transformadores, capacitores elétricos, em fluídos de transferência, tintas, conservantes para pesticidas, lubrificantes e etc. Devido ao seu descarte inadequado no meio ambiente, e por apresentarem persistência, bioacumulação e grande toxicidade encontram-se distribuídos na superfície terrestre, contaminando a cadeia alimentar. Alimentos, especialmente os mais lipídicos, como os produtos de origem animal têm sido reconhecidos como a principal fonte de ingestão de PCBs. A preocupação quanto a estes compostos está voltada para o seu potencial toxicológico, principalmente como indutores de câncer. Leite e derivados lácteos, constituem uma importante fonte de macronutrientes, em especial as proteínas, vitaminas e sais minerais. Além disso, proporcionam efeitos benéficos à saúde. Diante do exposto, a presente dissertação tem como objetivo investigar a presença de PCBs em leite em pó integral e estimar a ingestão destes compostos a partir deste alimento por pré-escolares. Foram coletados os dados de peso e consumo de leite em pó por crianças matriculadas nas escolas de educação infantil no município de Imbé RS. O consumo de leite em pó pelas crianças foi de 32 g-1 dia, equivalente a 8,3 g de gordura/dia. Para avaliar a presença dos PCBs 28, 52, 153, 138 e 180 no leite em pó integral utilizado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) de Imbé e consumido pelos pré-escolares da rede de ensino municipal, procedeu-se a reconstituição do leite, seguido da centrifugação para obtenção da fração lipídica. Posteriormente, o conteúdo lipídico foi extraído com sulfato de sódio e éter de petróleo. A purificação e extração dos PCBs, a partir da gordura, foram feitas utilizando-se florisil e hexano. A identificação e a quantificação destes compostos foram feitas com auxílio de cromatógrafo a gás dotado de microdetector de captura de elétrons (μECD). A confirmação foi realizada por cromatógrafo a gás acoplado à espectrometria de massas (GC-MS). As concentrações dos compostos foram detectadas na seguinte ordem, do mais concentrado para o menos concentrados: PCB 180 (0,157 ng g-1 de gordura) > PCB 138 (0,073 ng g-1) > PCB 28, 53 e 153 (<LQ). O somatório de PCB (PCB) foi de 0,230 ng g-1 de gordura, variando de 0,000 a 2,857 ng g-1. A ingestão diária estimada de PCBs (PCBs), a partir de leite em pó, foi 0,0013 ng g-1 de gordura. Este valor, quando comparado com o limite de referência admitido pela legislação brasileira fica abaixo do valor estabelecido. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que o leite consumido pelos pré-escolares do PNAE no município de Imbé não oferece risco toxicológico. No entanto, sugere-se a importância de outros trabalhos na área, com a finalidade de monitorar a presença de resíduos de PCBs em produtos lácteos destinado ao público infantil, uma vez que estes podem provocar efeitos adversos à saúde.