Caracterização físico-química, microbiológica e compostos bioativos de farinhas de cascas e bagaço de kiwi (Actinidia deliciosa) e aplicação em patê
Date
2015-06-18Metadata
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O patê ou pasta constitui-se principalmente por gorduras, proteínas e água, sendo susceptível a reações de deterioração, como a oxidação lipídica. Os antioxidantes são utilizados para retardar estes processos, sendo que os sintéticos são mais utilizados. Entretanto, por serem mais seguros, tem-se analisado fontes naturais, como os resíduos de frutas, que são ricos em fitoquímicos, ao mesmo tempo em que fornecem uma alternativa para os desperdícios. O kiwi é um fruto mundialmente conhecido pelo sabor e alto valor nutritivo. A transformação destes em farinha é importante pela redução do volume e perecibilidade. O objetivo deste estudo foi à caracterização físico-química, microbiológica e compostos bioativos de farinhas de cascas e bagaço de Kiwi (Actinidia deliciosa), de duas variedades (Bruno e Monty), em dois estádios de maturação, e a aplicação da farinha, de maior atividade antioxidante, em diferentes concentrações, em patês de presunto, visando ação antioxidante e adição de fibra alimentar. Para a obtenção das farinhas utilizou-se estufa a 35°C (±5), moinho analítico e peneiras para padronização da granulometria. Foram realizadas as análises de composição centesimal, determinação de pH, atividade de água, caracterização microbiológica, atividade antimicrobiana, determinação de compostos bioativos, vitamina C, fenólicos totais, clorofilas, carotenoides totais, flavonoides totais e atividade antioxidante (DPPH e FRAP). Conforme os resultados, a farinha de casca de kiwi da variedade Bruno, no primeiro estádio de maturação, foi a amostra de maior atividade antioxidante pelo método DPPH (72,04% de atividade máxima) e a que contém o maior teor de fenólicos totais (1262,34 mg GAE/100g), sendo então a farinha escolhida para a elaboração dos patês, que seguiu os procedimentos descritos por Terra, (1998). Os ingredientes foram misturados em cutter para a formação da emulsão, embalagem e pasteurização a 73°C no interior da massa. As formulações diferenciaram em relação ao antioxidante, sendo elas: T1-padrão, com adição de Eritorbato de sódio; T2- controle, sem adição de antioxidante; T3, T4 e T5- com adição de antioxidante natural, farinha de casca de kiwi (FCK) em diferentes concentrações 0,5, 1,0 e 2,0%, respectivamente. Após o produto acabado foram realizadas as análises de composição centesimal, pH, cor, oxidação lipídica, DPPH, vitamina C, textura, análises microbiológicas e sensorial. Os patês de presunto se apresentaram dentro dos requisitos da legislação tanto para a composição centesimal quanto para estabilidade microbiológica, não apresentaram alterações oxidativas durante o armazenamento e boa aceitabilidade sensorial para as concentrações de 0,5 e 1,0% de farinha de casca de kiwi (FCK). Os patês de presunto adicionados de FCK podem ser considerados alimentos funcionais, visto que possuem mais de 3g de fibra alimentar em cada 100g de patê. Com os resultados observou-se que as farinhas de resíduos de kiwi caracterizam-se em importante fonte de compostos bioativos e fibra alimentar, e adicionadas ao patê de presunto, não alteram a qualidade físico-química e microbiológica, viabilizando a sua utilização como ingrediente em produtos cárneos.