Amido resistente: metodologias de quantificação e resposta biológica em ratos
Fecha
2005-02-25Metadatos
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Grandes modificações ocorreram nas últimas décadas no conhecimento do papel dos carboidratos na nutrição e saúde humana, principalmente em relação aos seus efeitos biológicos diferenciados, atribuídos em especial ao amido resistente. Esta fração foi descoberta recentemente, e tem sido definida como a soma do amido e produtos de sua degradação não absorvidos no intestino delgado de indivíduos saudáveis. Devido a sua importância, várias pesquisas foram desenvolvidas nos últimos anos buscando quantificar o amido resistente nos diversos alimentos, para assim melhor relacionar os níveis destes com seus efeitos benéficos. Entretanto, os dados existentes até o momento são bastante heterogêneos. Sendo assim, a presente pesquisa foi conduzida com os objetivos de otimizar a determinação do amido resistente in vitro, por modificação de protocolo em metodologia já existente, bem como relacionar teores crescentes desta fração na dieta com seus diferentes efeitos biológicos em ratos. A partir da metodologia 996.11 preconizada pela AOAC para determinação de amido disponível e resistente, foram avaliados a inclusão de protease no processo de hidrólise, o aumento na quantidade de amostra e a substituição do tampão MOPS por tampão fosfato, utilizando como amostras amido de milho, arroz branco, banana verde e flocos de milho. Para a avaliação dos efeitos biológicos de níveis crescentes de amido resistente na dieta, foram utilizados ratos machos Wistar, alimentados com rações experimentais suplementadas com 0%, 3%, 9% e 18% de amido resistente. Os animais foram submetidos a um período de adaptação de 5 dias e, durante o período experimental (15 dias), foram obtidos dados e amostras para a determinação do consumo, ganho de peso, digestibilidade aparente da matéria seca e do amido, produção de fezes úmidas e secas, umidade e pH das fezes, e excreção fecal de nitrogênio. Os resultados obtidos mostraram diferença significativa na quantificação do amido disponível e resistente em um mesmo alimento, influenciadas pela presença ou ausência de hidrólise proteolítica no método preconizado. A utilização de maior quantidade de amostra diminuiu a variação entre as replicatas, e a substituição do tampão MOPS por tampão fosfato, ao mesmo tempo que não alterou os resultados, proporcionou menor custo para a análise. Sendo assim, a recomendação resultante desta pesquisa é que seja utilizado, juntamente com o aumento na quantidade de amostra e utilização do tampão fosfato, a inclusão da protease no processo de digestão enzimática. A adição de níveis crescentes de amido resistente à dieta de ratos não afetou o consumo, mas provocou redução no ganho de peso corporal. Da mesma forma, foi verificada diminuição da digestibilidade aparente da matéria seca e do amido, e do pH fecal, aliados ao aumento na produção e umidade das fezes, e na excreção fecal de nitrogênio. Assim, pode-se inferir que o consumo de amido resistente é capaz de exercer efeitos biológicos, em especial relacionados à redução do peso, os quais tendem a ser potencializados à medida que o consumo desta fração aumenta, até o nível testado de 18%.