Adolescentes referenciados na atenção básica: perfil nutricional e efeitos de programa de educação em saúde
Fecha
2014-07-11Metadatos
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A alimentação adquire grande significância, de modo especial na adolescência que é um período de transição física, social, econômica e psicológica. Este estudo teve por objetivo avaliar o perfil nutricional dos adolescentes que residem na área de abrangência de uma estratégia de saúde da família e os efeitos de um programa de educação em saúde sobre as variáveis antropométricas e a realização de atividade física. Trata-se de estudo transversal descritivo e de intervenção, com 236 adolescentes de 10 a 19 anos de idade, referenciados em uma Estratégia de Saúde da Família da cidade de Santa Maria-RS. Após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM foi realizada identificação dos adolescentes (através de visita domiciliar e busca ativa pelo agente comunitário de saúde), aplicado um questionário com questões qualitativas, quantitativas e realizada avaliação antropométrica. A intervenção ocorreu num período de 6 meses onde forma realizadas atividades educativas por profissionais da área da saúde, para grupos de 18 adolescentes. Os dados foram digitados no programa Microsoft Excel® versão 2007 e a análise estatística no programa Stata 10.0. Foi realizada distribuição de frequência, média ou mediana dependendo da normalidade das variáveis e para verificação das diferenças utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson, Mann-Whitney ou Kruskal Wallis, Teste t de student, considerando o nível de significância de 5%. A média de idade dos 236 adolescentes foi 13,1(±1,9) anos, sendo para as meninas 13,3(±2,0) anos e para os meninos e 12,8(±1,8). Eram eutróficos 53,8% dos adolescentes, magreza 30,9%, excesso de peso 15,3% (sobrepeso 11,9% e obesos 3,4%). Os meninos tiveram maior percentual de magreza (38,5% para 25,0% das meninas) e elas mais excesso de peso (18,9% para 10,5% dos meninos). Foram realizadas atividades de intervenção educativas sobre temática de educação em saúde para adolescentes, em doze encontros, de cerca de 2 horas, a cada 15 dias, com dinâmicas de grupo que possibilitaram a cada adolescente a participação através da narração de suas próprias experiências em relação à saúde e alimentação. Dos participaram da intervenção 77,8% eram meninas. Após a intervenção 50,0% aumentou a estatura, 77,8% o IMC, 61,1% diminuiu o peso corporal e a circunferência da cintura e houve aumento significante (p=0,001) dos adolescentes que realizaram atividade física (de 33,3% para 83,3%). Os resultados obtidos neste estudo permitem concluir que o crescimento em peso e estatura dos adolescentes não sofreu influência negativa das baixas condições socioeconômicas, embora ainda exista desnutrição, principalmente nos meninos e excesso de peso nas meninas. A intervenção educativa sobre cuidado em saúde, com atividade em grupo foi eficaz tanto em relação às variáveis antropométricas dos adolescentes, em que houve diminuição do peso corporal, do IMC e da circunferência da cintura e aumento da estatura,
quanto na motivação e realização de atividade física, comprovada pelo aumento significativo no número de adolescentes que a praticam.