Implante de cateter de diálise peritoneal: técnica de Seldinger e técnica cirúrgica, resultados no Hospital Universitário de Santa Maria
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2015-03-17Metadatos
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A diálise peritoneal (DP) é uma modalidade bem estabelecida de terapia renal
substitutiva, que tem como princípio para seu bom funcionamento a garantia de
acesso à cavidade peritoneal. A técnica de implante do cateter de DP deve ser
segura, além de proporcionar o mínimo de inconveniência para o paciente, agilidade
para o serviço, e poucas complicações. No Hospital Universitário de Santa Maria
(HUSM; Santa Maria, RS, Brasil) os cateteres foram implantados por laparotomia
desde a década de 1980. É almejada pelo Serviço de Nefrologia uma alternativa que
facilite o procedimento, levando a maior agilidade e autonomia do Serviço. O
presente trabalho se propôs a analisar os resultados obtidos, por profissionais
treinados para implante de cateter peritoneal com a técnica percutânea de
Seldinger, recentemente implantada, e os resultados obtidos com a técnica
padrão, a cirúrgica. As amostras foram obtidas de dados dos prontuários de
pacientes entre os pacientes com insuficiência renal crônica terminal do Serviço de
Nefrologia do HUSM com indicação de diálise peritoneal (n=104). Foi avaliado o
perfil demográfico dos pacientes, assim como a presença de infecção e/ou
sangramento na ferida operatória, a funcionalidade do cateter na primeira infusão e
após30dias, além da taxa de sobrevivência em um e dois anos após o implante. Os
dados obtidos em cada modalidade de implante de cateter peritoneal foram
expressos em frequências e posteriormente comparados pelos testes Qui-Quadrado,
Exato de Fischer ou Mann Whitey, com um nível de significância de 5%. O perfil dos
dois grupos apresentou características semelhantes em relação ao gênero, idade,
ocorrência de diabetes mellitus e hipertensão arterial. A funcionalidade do implante,
na primeira infusão, também foi semelhante para os dois grupos (83,9% para
Seldinger, 79% para cirúrgico). Quando avaliada a funcionalidade em 30 dias, a
técnica de Seldinger mostrou um percentual de sucesso (76,7%) maior que a técnica
cirúrgica (43,6%) (P-valor=0,002). Com relação à presença de infecção e/ou
sangramento no orifício de saída, o percentual foi semelhante para os dois grupos
(14,8% para Seldinger, 16,9% para cirúrgico). A taxa de sobrevivência dos cateteres
em 1 e 2 anos também foi semelhante para os dois grupos (37% e 14,8% para
Seldinger, 23,7% e 20,6% para cirúrgico, respectivamente). Diante dos resultados,
pode-se concluir que o implante de cateter peritoneal pela técnica percutânea de
Seldinger é uma alternativa qualificada que permite maior agilidade ao serviço já que
o procedimento é ambulatorial, pode ser realizado por nefrologistas e implica em
menor manejo do paciente; apresentando funcionalidade semelhante ao implante
cirúrgico conforme a experiência relatada no HUSM.