Relações entre a espessura placentária medida pela ecografia antenatal e pela macroscopia após o nascimento, e resultados perinatais
Fecha
2016-02-17Metadatos
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Introdução: A medida da espessura placentária pode se constituir em um marcador clínico importante para a predição de recém-nascidos afetados pela restrição de fluxo sanguíneo uteroplacentário. Com estabelecimento de técnica simples e barata, após o nascimento, e de posse de resultados ultrassonográficos obtidos previamente durante a gestação, acrescenta-se mais um método de baixo custo e eficácia preditiva acurada na propedêutica perinatal, adicionando maior segurança no manejo destas gestantes de alto risco portadoras de doença hipertensiva, diabetes melito e crescimento intrauterino restrito (CIUR). Objetivos: Estudar a espessura placentária em gestantes de baixo risco e portadoras de Síndromes Hipertensivas da Gestações, CIUR e Diabetes melito; buscar possíveis associações entre a espessura placentária diagnosticada ao exame ultrassonográfico pré-natal e imediatamente após o nascimento; buscar possível associação entre a espessura placentária e desfechos perinatais. Metodologia: Estudo transversal, prospectivo e observacional de um grupo de gestantes portadoras de doença hipertensiva, diabetes melito e crescimento intrauterino restrito que foi comparado a um grupo controle. Tal estudo foi desenvolvido entre os meses de outubro de 2013 e fevereiro de 2015. O primeiro grupo foi constituído de gestantes portadoras de diabetes mellitus gestacional, o segundo grupo, foi constituído de gestantes portadoras de síndromes hipertensivas da gestação, o terceiro grupo foi constituído por gestantes portadoras de CIUR e, o quarto grupo, por gestantes de baixo risco. Durante a internação hospitalar da parturiente foram realizadas seis medidas de espessura placentária pelo exame de ultrassonografia. As placentas foram examinadas macroscopicamente logo após o nascimento sendo avaliada a espessura placentária, realizando-se cinco cortes no sentido transversal da placenta. Com um total de seis fatias, a medida da espessura foi realizada com um especímetro digital no ponto central de cada fatia. Resultados: amostra total deste estudo foi constituída por 82 pacientes, sendo 29 pacientes hígidas, com gestação de baixo risco, 20 portadoras de síndromes hipertensivas da gestação, 17 portadoras de diabetes melito e 16 portadoras de crescimento intrauterino restrito, sendo que dessas, 8 apresentavam, também, PE associada. Quando se buscou a correlação entre as medidas das espessuras placentárias de cada fatia, avaliadas pela ecografia e macroscopia, houve correlação fraca porém significante entre as primeiras (r = 0,26; p = 0,02) e sextas fatias (r = 0,28; p<0,01) e correlação moderada e significante entre as terceiras (r = 0,33; p = 0,02), quartas (r = 0,41; p<0,0001) e quintas (r = 0,38; p<0,0001) fatias. Quando buscou-se a correlação entre a espessura média na macroscopia com a espessura média na ecografia, por grupos de estudo, observou-se correlação moderada e significante no grupo de crescimento restrito (r = 0,60; p<0,05). Conclusões: as medidas da espessura placentária avaliadas pela ultrassonografia anteparto e ao exame macroscópico da placenta após o nascimento, possuem uma correlação positiva e significante, independente de as gestantes serem ou não portadoras de patologias prévias ou durante a gravidez; não houve correlação entre a espessura média da placenta na macroscopia pós-parto com a espessura média à ecografia nos grupos de BXR, SHG e DM, porém houve correlação moderada no grupo de CIUR; a divisão da placenta em fatias tanto no exame de ultrassonografia como no exame macroscópico após o parto mostrou uma correlação positiva e significante entre as primeiras, terceiras, quartas, quintas e sextas fatias, entre os métodos de medida; não houve correlação entre as medidas da espessura placentária antenatal e pós-natal com as diversas variáveis perinatais. Pelos achados do presente estudo, recomenda-se que de forma sistemática a medida da espessura placentária pela ultrassonografia seja realizada no centro do disco placentário, ou seja, na terceira ou quarta fatia.