Avaliação das concentrações plasmáticas de sTWEAK no diabetes mellitus e fraturas ósseas em mulheres na pós menopausa
Resumo
A osteoporose é um transtorno osteometabólico caracterizado pela diminuição da densidade
mineral óssea (DMO) e deterioração de sua microarquitetura com o consequente aumento
da fragilidade do osso e suscetibilidade à fraturas. A fisiopatologia dessa doença tem a inflamação
crônica como importante mecanismo no aumento da reabsorção e redução da formação
óssea. Entre os marcadores inflamatórios associados à osteoporose destacam-se aqueles do
grupo dos fatores de necrose tumoral, em particular, o fator de necrose tumoral alfa (TNFα).
Evidências recentes da literatura observaram que um outro membro da mesma família, o TNFlike
weak inducer of apoptosis (TWEAK), em sua forma solúvel (sTWEAK), foi relacionado
com a presença de outros distúrbios endócrino metabólicos, tais como diabetes mellitus (DM)
e síndrome metabólica. Com base nisso, testamos a hipótese de associação entre sTWEAK e
fraturas ósseas maiores, e também DM, em mulheres na pós menopausa.
Este é um estudo transversal que partiu de uma coorte de 1057 pacientes na pós menopausa
que consultam nas Unidades Básicas de Saúde da cidade de Santa Maria-RS. Foram
recrutadas 52 pacientes com histórico de fraturas ósseas maiores e, para o grupo controle, escolhidas
aleatoriamente 110 pacientes sem história de fraturas ósseas. Todos os indivíduos do
estudo responderam a um questionário padronizado sobre a sua história clínica além de serem
submetidos a avaliação antropométrica e exames bioquímicos (glicose de jejum, colesterol total,
triglicerídeos, HDL, LDL, creatinina, albumina, cálcio e fósforo). Os níveis plasmáticos de
sTWEAK foram avaliados pelo método de ELISA. As variáveis com distribuição assimétrica
foram submetidas à transformação para o seu logaritmo natural e então comparadas. Para a análise
estatística entre dois grupos foi feita a utilização dos testes T de Student ou Mann-Whitney.
Para mais de dois grupos foram empregados ANOVA ou os testes de Chi Quadrado ou Fisher.
Foi observada redução significativa (p=0.002) dos valores do sTWEAK (transformado
para logN) nos indivíduos com DM em comparação com os sem DM. Não houveram diferenças
quando analisado somente o histórico de fraturas. Estratificando a população em subgrupos de
acordo com o critério de existência de fratura reportada ou de diagnóstico de DM, permaneceu
somente a diferença entre os grupos com DM sem fratura e sem DM sem fratura (p<0.01).
Os achados indicam que na população de mulheres na pós menopausa com e sem história
de fraturas ósseas maiores, os níveis plasmáticos de sTWEAK não tem associação com a
fragilidade óssea. Entretanto, níveis baixos deste biomarcador estão associados com o diagnóstico
de DM, como reportado na literatura.