Desenvolvimento e validação de método por cromatografia líquida em fase reversa para avaliação de interleucina-11 humana recombinante. Correlação com o bioensaio
Abstract
A interleucina 11 (IL-11) é uma citocina multifuncional que pertence a família da interleucina-
6 e estimula a proliferação, diferenciação e maturação de células hematopoiéticas. A interleucina-11
humana recombinante (rhIL-11) é produzida pela tecnologia do DNA em Escherichia coli e é usada
clinicamente para a prevenção de trombocitopenia grave e redução da necessidade de transfusão de
plaquetas após quimioterapia mielossupressiva em pacientes com neoplasias malignas não mielóides.
No presente trabalho foi desenvolvido e validado método por cromatografia líquida em fase reversa
(CL-FR) para a avaliação de rhIL-11 em formulações de produtos farmacêuticos. Utilizou-se coluna
Júpiter C4 (250 mm x 4,6 mm d.i.), mantida a 25ºC. A fase móvel A foi constituída de TFA 0,1% e a
fase móvel B de acetonitrila com 0,1% TFA, eluídas no seguinte gradiente: 0 0,1 min, 40% de B; 0,1
30 min, 40 65% de B; 30,01 a 31 min, 65 40% de B, mantendo-se nesta proporção até 40 min.
Utilizou-se vazão de 1 mL/min e detector de arranjo de diodos (DAD) a 214 nm. A eluição
cromatográfica foi obtida no tempo de 27,6 min, sendo linear na faixa de concentração de 1 200
μg/mL (r2 = 0,9995). Os limites de detecção e quantificação foram 0,34 e 1,12 μg/mL,
respectivamente. A especificidade foi avaliada em estudos de degradação, que também demonstraram
que não houve interferência dos excipientes. A exatidão foi 100,20%, com bias inferior a 1,25%. Além
disso, realizou-se o teste de citotoxicidade in vitro das formas degradadas, as quais não apresentaram
diferença significativa em relação a forma intacta (p>0,05). O método proposto foi aplicado para a
avaliação da potência de rhIL-11 e de proteínas relacionadas em formulações farmacêuticas, e os
resultados foram comparados com o bioensaio, observando-se diferenças das médias de
conteúdo/potência 2,60% superiores para o método por CL-FR. Contribuíu-se assim para estabelecer
procedimentos que aprimoram o controle da qualidade, garantindo a segurança e eficácia terapêutica
do produto biotecnológico.