Expressão de antígenos do sistema sanguíneo ABO associados à predisposição e ao prognóstico de câncer de mama
Fecha
2010-08-30Metadatos
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No Brasil, o câncer de mama (CM) é a neoplasia maligna mais freqüente entre as
mulheres. A identificação de marcadores que possam predizer o comportamento dos tumores
é especialmente importante, devido, sobretudo, à variabilidade na progressão clínica da
doença. Tem sido elevado o número de novos fatores prognósticos mencionados na literatura
mundial nos últimos anos. A inclusão de novos fatores preditivos proporciona avanços que
conduzem a uma seleção ainda melhor dos pacientes principalmente para terapias adjuntivas,
podendo-se chegar a uma melhor individualização da conduta terapêutica. Muitos trabalhos
mostraram uma associação entre determinado grupo sanguíneo e diferentes tipos de câncer, e
têm relacionado a expressão de antígenos do sistema sanguíneo ABO nas células neoplásicas,
com prognóstico mais ou menos favorável. O objetivo do trabalho foi avaliar a possibilidade
da expressão de antígenos do sistema sanguíneo ABO ser aplicada como marcador de
susceptibilidade genética e/ou prognóstico para o câncer de mama, e sua associação com
outros fatores prognósticos clínicos, anatomopatológicos e imuno-histoquímicos.
Primeiramente, mediante um estudo de casos (n = 127) e controles (n = 67), analisou-se a
relação entre tipo sanguíneo ABO e o risco de desenvolver câncer de mama. A freqüência do
grupo sanguíneo A foi significativamente maior e a freqüência do grupo O significativamente
menor nas pacientes com CM quando comparadas aos controles. Quando agrupadas as
pacientes com câncer de mama segundo seu grupo sanguíneo, verificou-se um aumento
estatisticamente significativo do risco para desenvolvimento de CM no tipo sanguíneo A. Os
resultados sugerem que o tipo sanguíneo deva ser considerado, em conjunto com outros
fatores, na compreensão do risco individual de cada paciente, podendo ser usado como um
marcador de risco independente para o CM. Num segundo estudo, em um total de 80 amostras
de tecidos (29 oriundas de lesões benignas da mama, e 51 de carcinoma mamário) foi
realizada a pesquisa imuno-histoquímica da expressão dos antígenos sanguíneos A e B.
Verificou-se uma diminuição, estatisticamente significativa, da expressão do antígeno
sanguíneo A no câncer de mama, supondo-se que essa redução na expressão nos tecidos
mamários malignos possa predizer um comportamento mais agressivo do tumor. Ao serem
relacionados o padrão de expressão dos antígenos A e B, nas amostras de tecidos de pacientes
com CM, com alguns fatores prognósticos clínicos, anatomapatológicos, e imunohistoquímicos
já estabelecidos, nenhuma associação significativa foi encontrada. A
distribuição da expressão dos antígenos A e B em células malignas e benignas da mama não
foi totalmente uniforme. A maioria das lesões benignas demonstrou manutenção da expressão
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dos antígenos, mas algumas perderam a expressão, sugerindo que a perda da expressão de
antígenos ABO em lesões benignas possa ser um marcador prematuro para a transformação
neoplásica.