Caracterização de antígenos imunodominantes de Pythium insidiosum reconhecidos por anticorpos de eqüinos, coelhos e bovinos
Resumo
O oomiceto Pythium insidiosum é o agente etiológico da pitiose, doença granulomatosa crônica que afeta animais domésticos (eqüinos, bovinos, etc) e o homem, em regiões tropicais e subtropicais de todo mundo. A ausência de ergosterol na membrana plasmática deste microorganismo torna a antifungicoterapia muito limitada, donde a imunoterapia (a base de hifas rompidas) tem emergido com resultados promissores. A identificação de antígenos imunodominantes é fundamental para a consolidação dos imunoterápicos utilizados no tratamento da pitiose. Objetivando-se o refinamento destes imunoterápicos, o presente estudo teve como proposta inicial, caracterizar os antígenos imunodominantes desta espécie (P. insidosum ATCC 58637 e P. insidiosum 210-LAPEMI) através de eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE). Diversas proteínas de 120 a 15 kDa foram detectadas e, a seguir, eletrotransferidas para membranas de nitrocelulose para realização de western blot. O segundo objetivo foi caracterizar a resposta humoral à doença em eqüinos, bovinos e na infecção experimental em coelhos, considerando-se a doença curada pela imunoterapia, doença tratada pela imunoterapia e não curada, doença não tratada, e na doença evidenciando cura espontânea. Para tanto, utilizou-se o soro de: a) eqüinos doentes e curados pela imunoterapia; b) eqüinos doentes e sem resposta a imunoterapia; c) eqüinos doentes e não tratados; d) bovinos doentes e com cura espontânea; e) coelhos infectados e tratados pela imunoterapia; f) coelhos infectados e não tratados. Todos os soros reconheceram três proteínas imunodominantes: 74, 33 e 32 kDa. O soro dos eqüinos doentes curados pela imunoterapia (a) e o soro dos bovinos (d) reconheceram também outra proteína imunodominante de 55 kDa, a qual, foi fracamente reconhecida ou ausente nos demais grupos. Assim, comprova-se que as proteínas de 74, 33 e 32 kDa desempenham relevante papel na resposta imune à pitiose, pois foram imunogênicas nas três espécies avaliadas. Em adição, sugere-se que a proteína de 55 kDa possa estar envolvida no mecanismo de cura promovido pela imunoterapia; ressalta-se que esta proteína é aqui pela primeira vez relatada.