Prospecção in vitro de associações antifúngicas sinérgicas para Fusarium spp
Fecha
2010-03-26Metadatos
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O gênero Fusarium é caracterizado por fungos filamentosos hialinos que causam um amplo espectro de infecções predominantemente em pacientes imunocomprometidos. Estas micoses evidenciam elevados índices de morbidade e mortalidade e são de difícil diagnóstico, prevenção e tratamento. A marcante resistência primária deste gênero aos antifúngicos impõe a busca por novas possibilidades terapêuticas. Uma tentativa é a combinação entre fármacos com diferentes mecanismos de ação. Este estudo objetivou avaliar a suscetibilidade in vitro do gênero Fusarium a antifúngicos convencionais (anfotericina B, itraconazol e voriconazol) e associações destes com fármacos não antifúngicos (azitromicina, ciprofloxacina, fluvastatina, ibuprofeno, metronidazol e rifampicina) frente a 27 isolados de Fusarium spp., incluindo as espécies: F. chlamydosporum (3), F. nygamai (1), F. oxysporum (6), F. proliferatum (2), F. solani (11), F. sporotrichoides (1) e F. verticillioides (3). Com base no protocolo M38-A2 (CLSI, 2008) empregou-se a técnica de checkerboard para a avaliação das associações. Isoladamente, as CIMs para a anfotericina B variaram de 0,125 - 4 μg/ml; para o voriconazol variaram de 1 - >16 μg/ml e, para o itraconazol todos os isolados evidenciaram CIMs > 16 μg/ml. Todas as combinações com anfotericina B demonstraram interações sinérgicas, sendo que as mais eficazes foram: anfotericina B + ibuprofeno (44,4%), anfotericina B + metronidazol (40,7%) e anfotericina B + ciprofloxacina (37%). Não foram observadas interações antagônicas para as associações com anfotericina B. Similarmente, todas as associações com voriconazol demonstraram sinergismos; sendo que as associações mais significativas foram: voriconazol + ciprofloxacina (33,3%) e voriconazol + metronidazol (33,3%). O antagonismo foi observado em todas as associações com voriconazol frente a F. verticillioides. As associações com itraconazol evidenciaram interações indiferentes para 100% dos isolados testados. Estes resultados demonstram que a atividade antifúngica in vitro de fármacos combinados evidenciaram melhores resultados do que isolados, exceto para as associações com itraconazol. As associações mais relevantes com anfotericina B e voriconazol merecem avaliação in vivo, a fim de verificar o potencial das mesmas no tratamento da fusariose.