Aplicação de metodologia analítica para a determinação de adultarentes sintéticos em formulações fitoterápicas emagrecedoras no Brasil
Resumo
O problema da adulteração de medicamentos na atualidade não se limita
apenas aos casos de formulações sintéticas (medicamentos industrializados). A
presença de drogas sintéticas adicionadas ilegalmente a formulações fitoterápicas,
principalmente as utilizadas no tratamento da obesidade, também é recorrente. Os
emagrecedores denominados naturais mais empregados para este fim no Brasil
atualmente são a Caralluma Fimbriata, Cáscara Sagrada, Fucus Vesiculosus,
Centella Asiática e Garcínia Camboja. Alguns coadjuvantes sintéticos também são
encontrados com freqüência nestas formulações, como Vitamina C, colágeno e
hidroclorotiazida. Este trabalho teve por objetivo analisar amostras fitoterápicas de 9
estados brasileiros (GO, DF, SC, PR, CE, RJ, RS, SP e MG) a fim de detectar
possíveis casos de adulteração. Foram analisadas 106 amostras fitoterápicas
adquiridas empregando-se metodologia analítica baseada na eletroforese capilar de
zona (CZE) com detecção condutométrica sem contato (C4D). Das 106 amostras
analisadas 35,84% apresentaram picos eletroforéticos suspeitos de adulteração,
com características e tempos de migração semelhantes aos dos adulterantes já
pesquisados. Apresentaram adulteração 3,8% das amostras pelos fármacos
sintéticos femproporex e sibutramina, com concentrações variando de 3,1 a 10,0
mg/g. A metodologia empregada possibilita a identificação e a quantificação de 4
dos principais adulterantes citados na literatura (anfepramona, femproporex,
sibutramina e fluoxetina) em concentrações acima de 1mg/g em cápsulas
emagrecedoras.