Identificação de bacilos Gram positivos aeróbicos isolados de espécimes clínicos em um hospital escola
Abstract
Os bacilos Gram positivos, nos últimos anos, têm sido relatados com crescente freqüência como patógenos nosocomiais. O seu reconhecimento como agentes
etiológicos de infecções sérias, tais como, sepsis bacteriana, endocardite e infecções em cateteres têm aumentado principalmente em pacientes imunocomprometidos. O
tratamento destas infecções tornou-se problemático devido à elevação de sua resistência frente aos antibióticos comercialmente disponíveis. Graves e às vezes fatais
conseqüências ocorrem devido à combinação de dificuldades clínicas e microbiológicas, incluindo falha na identificação, reconhecimento de sua importância e terapia inapropriada. A identificação dos bacilos Gram positivos freqüentemente causa
problemas. No período de janeiro a dezembro de 2005 foram isoladas 50 cepas de bacilos Gram positivos de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Santa Maria. Estes microrganismos foram identificados através de uma bateria proposta de provas bioquímicas convencionais em comparação com o sistema comercial API Coryne. Para a determinação da sensibilidade a antimicrobianos foi utilizada a metodologia de discodifusão. O maior número de isolamentos foi proveniente de hemoculturas 72% (n=36). Destacaram-se os corineformes 48% (n=24), entre eles o gênero Corynebacterium, e as
espécies de Bacillus 44% (n=22). As bactérias pertencentes a este estudo demostraram boa sensibilidade frente à vancomicina, linezolida, ciprofloxacina, imipenem e meropenem. Entretanto 6% (n=3) destas cepas apresentaram
multirresistência aos antimicrobianos testados, inclusive à vancomicina, confirmada pelo E-test. A bateria de provas bioquímicas sugerida para a identificação dos BGPs isolados de espécimes clínicos mostrou-se eficiente, com desempenho similar ao comercial disponível, porém mais barata.