Morfoanatomia e histoquímica comparativa entre Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze e Alternanthera dentata (Moench) Stuchlik; estudo fitoquímico e biológico de Alternanthera brasiliana
Resumo
A família Amaranthaceae compreende, aproximadamente 65 gêneros e 1000 espécies de herbáceas. O gênero Alternanthera está inserido nesta família e encontra-se amplamente distribuído pelo mundo. As espécies Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze e Alternanthera dentata (Moench) Stuchlik são igualmente conhecidas por penicilina , sendo encontradas no Brasil, mais comumente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O uso popular da espécie A. brasiliana destina-se ao tratamento de amigdalites, gripes e resfriados já para a espécie A. dentata foi referenciada em
infecções, febre acompanhadas de dor de cabeça e também como antiséptico para sarnas e feridas. Este trabalho visa determinar parâmetros farmacognósticos de diferenciação entre as referidas espécies, uma vez que há discordância entre botânicos da existência da espécie dentata. As
características macroscópicas que podem auxiliar na autenticação das espécies são contorno, cor, abundância de tricomas no limbo e a forma do pecíolo. As análises anatômicas permitiram a diferenciação através do tipo de estômatos encontrados (anfiestomático e hipostomático) além da ocorrência do colênquima, disposição do floema e a ausência de tricomas tectores na face adaxial de A. dentata. A presença da bainha vascular com anatomia de Kranz caracterizou o tipo C4 da família Amaranthacea. Adicionalmente, o trabalho descreve a identificação de β-sitosterol, estigmasterol e espinasterol oriundos da fração diclorometânica das folhas de A. brasiliana. As folhas de A. brasiliana para as análises farmacobotânica, fitoquímicas e atividades biológicas foram coletadas em dezembro de 2004 e março de 2005 nos municípios de Santa Cruz do Sul e Santa Maria, sendo identificadas pela bióloga Drª. Thaís do Canto Dorow (Dpto. Biologia, UFSM). As excicatas estão depositadas no Herbário do Departamento de Biologia da UFSM sob registro SMDB10038 e 10039, respectivamente. A espécie A. dentata utilizada no estudo morfo-anatômico foi coletada no município de Florianópolis, sendo identificada pelo pesquisador da EPAGRI-SC Antônio Amaury Silva Jr., e confirmada pelas
biólogas da Universidade Federal de Pelotas Elen N. Garcia e Sílvia Rubin, tendo seu registro no herbário da instituição 03 (PEL-UFPEL) 04/07/06 e no Herbário da UFSM SMDB 10100. Quanto a atividade antimicrobiana, a melhor resposta obtida foi com a fração diclorometânica frente a alga Prototheca zopffi mas também foram encontrados CIM satisfatórios para as bactérias Gram-positivas S. aureus e B. subtillis e para o fungo S. cerevisiae. A maior atividade antioxidante foi encontrada na fração acetato de etila, a qual evidenciou um IC50=163, 01μg/mL. Não foi evidenciada correlação entre teores de polifenóis e atividade antioxidante.