Estudo fitoquímico e farmacológico de Jatropha isabellei Müll Arg.
Fecha
2012-03-26Metadatos
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A espécie Jatropha isabellei Müll Arg pertence à família Euphorbiaceae e é conhecida
popularmente como yaguá-rova, turubiti e mamoneiro do campo. A decocção das partes
subterrâneas da planta é utilizada popularmente para tratar artrite, gota, dores nas costas e
induzir o aborto. Este trabalho tem como objetivo determinar a capacidade antioxidante e a
atividade antimicrobiana de J. isabellei, bem como, isolar consituintes químicos e avaliar o
uso popular para atrite gotosa em modelo animal. As partes subterrâneas de J. isabellei
foram coletadas em maio de 2008 em Cacequi, RS. O material testemunho está depositado
no Herbário do Departamento de Biologia da UFSM catalogado sob número de registro
11.816. O material vegetal foi seco, moído e macerado com solvente etanol:água (70:30,
v/v). As frações foram obtidas por fracionamento do extrato bruto com solventes orgânicos
de polaridades crescentes (diclorometano, acetato de etila, n-butanol). A fração acetato de
etila apresentou a melhor atividade antioxidante frente ao radical DPPH, com IC50 de 14,78 ±
1,10 Sg/mL e perfil de inibição semelhante ao ácido ascórbico. Esta fração também
apresentou os melhores valores no doseamento de polifenóis, flavonóides e taninos
condensados. O extrato bruto e a fração butanólica apresentaram atividade antioxidante
proporcional ao doseamento dos ativos fenólicos. A fração diclorometano não apresentou
boa capacidade antioxidante, mas proporcionou o isolamento de uma mistura de triterpenos
relatados pela primeira vez na literatura para esta espécie, o sitosterol 3-O-β-D glicosídeo e
estigmasterol. A indução da peroxidação lipídica por Fe(II) mostrou que todas as frações nas
concentrações de 50 e 100 Sg/mL foram capazes de inibir significativamente a produção de
TBARS alcançando os níveis basais, quando comparadas ao controle. Na atividade
antimicrobiana, a fração diclorometano apresentou os melhores resultados frente aos fungos
S. schenckii e F. proliferatum e frente a bactérias do gênero Micrococcus. O extrato bruto de
J. isabellei e sua fração rica em alcalóides apresentaram efeitos antinociceptivos e antiedematogênicos
em modelo animal de artrite gotosa, comprovando cientificamente o uso
popular desta planta.