Desenvolvimento de sistemas microparticulados planejados para a liberação oral do risedronato de sódio
Abstract
Este trabalho objetivou o desenvolvimento de micropartículas poliméricas contendo
risedronato de sódio a partir de Eudragit S100® (MP-EUD) e da blenda, Eudragit S100® e
Pullulan (MP-EUD-PUL), através da técnica de secagem por aspersão. As MP-EUD foram
obtidas com um rendimento de 54%, eficiência de encapsulamento de 90%, tamanho médio
de partícula de 3,3 μm e apresentaram formato esférico. O teor de umidade foi de 8%, o
Índice de Carr e o Fator de Hausner indicaram baixa fluidez. Em pH 1,2, 23% do risedronato
de sódio foi liberado em 120 min, enquanto que em pH 6,8 o fármaco levou 90 min para ser
liberado. A modelagem matemática mostrou que a liberação do fármaco seguiu cinética de
primeira ordem e se deu por difusão Fickiana. Comprimidos preparados pela compressão
direta das MP-EUD a partir de diferentes concentrações de polivinilpirrolidona apresentaram
baixas variações de peso médio, espessura e teor de fármaco. Além disso, apresentaram baixa
friabilidade e dureza adequada. Os estudos in vitro mostraram que não mais que 16% do
fármaco foi liberado durante 120 min em pH 1,2 enquanto que em pH 6,8 a liberação do
fármaco foi prolongada por 270 min, seguindo cinética de primeira ordem e difusão Fickiana.
Com relação às MP-EUD-PUL, três proporções de Eudragit S100® e Pullulan (1:2, 1:1 e 2:1)
foram estudadas. As micropartículas foram obtidas com rendimento variando entre 31% e
42%, com eficiência de encapsulamento próxima de 100% e umidade abaixo de 11%. O
tamanho médio de partícula variou entre 2,9 μm e 4,8 μm com estreita distribuição de
tamanho. O Índice de Carr e o Fator de Hausner indicaram baixa fluidez. Em meio gástrico
simulado, as micropartículas com maior proporção de Eudragit S100® apresentaram melhor
perfil de gastrorresistência, enquanto que em meio intestinal simulado todas foram capazes de
prolongar a liberação do fármaco. As MP-EUD-PUL 2:1 sofreram compressão direta na
ausência ou na presença de polivilpirrolidona. Os comprimidos microparticulados
apresentaram pesos médios aceitáveis, teor de fármaco próximo a 100%, dureza e friabilidade
dentro do especificado. Os estudos in vitro mostraram que a gastrorresistência foi mantida e
que os comprimidos microparticulados também foram capazes de prolongar a liberação do
risedronato. Finalmente, as formulações desenvolvidas neste estudo representam alternativas
promissoras para a administração oral do risedronato de sódio.