Desenvolvimento de nanocápsulas contendo cetoprofeno e avaliação in vitro da citotoxicidade
Resumo
O objetivo deste trabalho foi preparar, caracterizar e avaliar in vitro a citotoxicidade de nanocápsulas (NC) de Eudragit S100® contendo cetoprofeno. As suspensões nanoestruturadas foram preparadas em triplicata pelo método de deposição interfacial do polímero pré-formado. Triglicerídeos de cadeia média (TCM) ou óleo de rosa mosqueta (ORM) foram utilizados como núcleo oleoso na preparação de tais formulações. Previamente, foram realizados testes de inchamento/dissolução dos filmes de Eudragit S100®, os quais revelaram a viabilidade do emprego de ambos os óleos como núcleo das NC. Os resultados da caraterização físico-química dos sistemas (pH, tamanho, potencial zeta, teor, eficiência de encapsulamento) não demonstraram diferenças consideráveis entre os diferentes tipos de formulações. O teor de cetoprofeno nas suspensões nanoestruturadas foi muito próximo à concentração teórica, indicando ausência de perda ou degradação do fármaco durante o processo de preparação. Obteve-se uma taxa de associação do cetoprofeno às NC superior a 90%. O tamanho de partícula nas formulações encontrou-se na faixa de 173 a 197 nm, resultados compatíveis com o método de preparação empregado. Quanto à liberação in vitro, a análise matemática dos perfis demonstrou uma cinética de primeira ordem com difusão do fármaco como mecanismo de liberação. A fim de avaliar a influência do componente oleoso frente à fotodegradação do cetoprofeno, amostras foram expostas à radiação UVC. A fotodegradação foi menos evidente nas NC contendo ORM como núcleo, possivelmente pelo maior potencial antioxidante deste óleo. O teste de citotoxicidade in vitro avaliou a sobrevivência de fibroblastos da linhagem 3T3 frente a quatro concentrações de cetoprofeno (1, 10, 50 e 100 μM) em 24 e 48 horas. Após 48h de exposição, observou-se uma redução da viabilidade celular para todos os grupos testados. Contudo, esta diminuição não foi diferente significativamente do grupo controle. Desta forma, as formulações preparadas podem ser consideradas promissoras para veiculação do cetoprofeno em doenças como a artrite reumatoide.