Análise da mobilização, coleta e infusão de células-tronco hematopoiéticas do sangue periférico para transplante autogênico no Hospital Universitário de Santa Maria
Fecha
2013-01-23Metadatos
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O transplante de células-tronco hematopoiéticas periféricas constitui-se uma das
opções terapêuticas para o tratamento de várias doenças hematológicas-oncológicas, podendo
prolongar a sobrevida livre da doença e, às vezes, pode representar a cura para o paciente.
Este é um estudo retrospectivo através da revisão de prontuários dos pacientes submetidos à
mobilização, coleta e infusão de células-tronco hematopoiéticas periféricas para transplante
autogênico, com o objetivo de avaliar estes procedimentos, identificar as características da
população atendida e verificar a mortalidade relacionada ao transplante e sobrevida global dos
pacientes transplantados. Foram incluídos 176 pacientes (78F/98M) do Serviço de
Hematologia-Oncologia do Hospital Universitário de Santa Maria, no período de dezembro de
1996 a dezembro de 2011. Os diagnósticos incluíram: Mieloma Múltiplo (54), Linfoma de
Hodgkin (47), Linfoma não Hodgkin (35), Leucemia Mielóide Aguda (16) e outras neoplasias
(24), como Câncer de Mama, Tumor de Wilms, Sarcoma de Ewing, Neuroblastoma,
Amiloidose, Tumor de Testículo, Meduloblastoma, Macroglobulinemia, Tumor de SNC. A
mediana de idade dos pacientes foi de 42 anos (1 a 69 anos). Antes da mobilização de célulastronco,
todos os pacientes já haviam sido submetidos a algum tratamento relacionado a
doença de base e 31% haviam recebido radioterapia prévia. Os esquemas de mobilização
incluíram fator de crescimento hematopoiético (G-CSF) associado ou não a diferentes
quimioterapias. Foram realizadas 203 mobilizações e 474 leucoaféreses. O número desejado
de células CD34+ na coleta foi de 2,0x106/kg, sendo que a maioria dos pacientes (89,8%)
alcançou a quantidade esperada. A mediana de células nucleadas totais coletadas foi de
7,01x108/kg e de células CD34+ foi de 2,63x106/kg, com mediana de duas leucoaféreses por
paciente (1 a 6). Dos 176 pacientes do estudo, 120 foram submetidos a transplante autogênico
de células-tronco hematopoiéticas do sangue periférico, sendo que três pacientes receberam
duas infusões cada. A mediana de células nucleadas totais infundidas foi de 6,46x108/kg e de
células CD34+ foi de 3,17x106/kg. Após a infusão das células-tronco hematopoiéticas, a
recuperação dos neutrófilos ocorreu entre 7 e 28 dias (mediana 10 dias), enquanto as
plaquetas entre os dias 8 e 79 (mediana 12 dias), sendo que em três pacientes não houve
recuperação plaquetária. Foi encontrada correlação entre a quantidade de células CD34+
infundidas e recuperação de neutrófilos e plaquetas. A taxa de mortalidade relacionada ao
transplante foi de 5%. A probabilidade de sobrevida global do grupo em um ano foi de 79,8%
e em cinco anos de 55,1%. Em conclusão, este estudo demonstrou que a maioria dos pacientes
atingiu a quantidade desejada de células CD34+ através das mobilizações e coletas e os
resultados obtidos com os transplantes autogênicos foram semelhantes aos descritos na
literatura.