Prevalência de anemia e hipotireoidismo em gestantes atendidas no pré-natal do Hospital Universitário de Santa Maria - RS (HUSM)
Resumo
A gestação normal está associada a ajustes fisiológicos e anatômicos que acarretam acentuadas mudanças no organismo materno, incluindo a composição dos elementos figurados e humorais do sangue circulante. Provavelmente, em nenhuma outra fase do ciclo vital exista maior mudança no funcionamento e forma do corpo humano em tão curto espaço de tempo. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a prevalência de anemia e hipotireoidismo em gestantes atendidas no pré-natal do hospital Universitário de santa Maria - RS (HUSM), no período de julho a dezembro de 2011. Foram realizadas, pelo Laboratório de Análises Clínicas do HUSM, as dosagens de TSH e T4L no soro das gestantes, juntamente com análise de resultados de exames de hemograma sanguíneos. Os resultados dos parâmetros hematológicos revelaram que o índice de hemoglobina, dentre 124 gestantes avaliadas, estava alterado em 16,2%. Outra variável hematológica significativa foi na avaliação da Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM), que revelou alteração em 16,4%, das 122 gestantes analisadas. No hematócrito de um total de 61 gestantes, observou-se que 34,4% delas encontravam-se alteradas. Esses resultados, quando avaliados em um todo, mostraram forte correlação com a presença de anemia. Quanto às possíveis disfunções glandulares tireoidianas, os níveis de TSH variaram entre 0,6 e 1,13 ng/dL, enquanto que as flutuações de T4L foram de 0,377 a 6,36 mUI/L. Quando enquadradas na classificação de hipotireoidismo clínico (declarado) e subclínico, foram observados 4 casos de hipotireoidismo subclínico, com prevalência em torno de 3%, e nenhum caso de hipotireoidismo clínico em 116 gestantes analisadas. A idade das gestantes variou entre 16 a 44 anos e o tempo gestacional entre 7 a 38 semanas. Com base nos resultados obtidos, considera-se de grande importância o contínuo monitoramento da presença de anemia em gestantes e torna-se cada vez mais imprescindível a inclusão da avaliação tireoidiana na rotina no exame pré-natal. Estudos ulteriores se fazem necessários para estabelecer em que momento a avaliação tireoidiana de mulheres grávidas deve ser iniciada e com que frequência deve ser repetida durante o curso da gestação.