Caracterização de extratos de Connarus perrottetii var. angustifolius Radlk e avaliação do comportamento antioxidante frente a espécies radicalares
Abstract
Este trabalho descreve o desenvolvimento de metodologia em eletroforese capilar com detecção UV para a determinação de 14 antioxidantes polifenólicos em extratos de Connarus perrottetii var. angustifolius Radlk, planta nativa da Amazônia brasileira. O método empregando eletroforese capilar de zona (CZE) permite a determinação simultânea de 3-acetilcumarina, resveratrol, 6-hidroxicumarina, catequina, rutina, ácido ferúlico, quercitrina, canferol, fisetina, miricetina, quercetina, ácido cafeico, ácido gálico e ácido 4-hidroxicinâmco nas condições otimizadas: eletrólito de trabalho tampão borato 20 mmol L-1 (pH 9,2) contendo metanol 15% (v/v), potencial de separação -20 Kv, temperatura 25 °C; injeção hidrodinâmica por gravidade em 20 cm durante 60 s. O método foi validado nos parâmetros de linearidade, limite de detecção, limite de quantificação, precisão e exatidão e foi aplicado na análise da infusão aquosa e frações etanólica, butanólica e acetato de etila da planta. O método foi capaz de identificar os antioxidantes presentes nas amostras com alta seletividade e sensibilidade. Na infusão e nas frações etanólica e butanólica foi encontrada a presença de catequina e rutina como compostos majoritários, os quais compõe cerca de 0,5% da massa total de planta medicinal. Os extratos secos obtidos (etanólico e butanólico) possibilitaram a concentração de rutina e catequina em torno de 20 vezes em relação à planta seca. Além disso, foram realizados testes para mensurar a atividade antioxidante dos extratos frente aos radicais DPPH, ânion radical superóxido, hidroxila e peroxila. A amostra de infusão aquosa a 10% foi a que apresentou maior atividade frente à maioria dos radicais livres. Esse resultado corrobora os resultados de caracterização por eletroforese capilar, onde catequina e rutina foram determinadas em concentrações relativamente altas na infusão aquosa. Porém, todos os tratamentos das amostras apresentaram bom comportamento anti-radicalar com as metodologias aplicadas. Frente ao radical DPPH, por exemplo, a fração acetato de etila demonstrou um potencial de 94,43%. Frente aos radicais superóxido e hidroxila, a fração butanólica apresentou o melhor desempenho: 64,23% e 74,97%, respectivamente.