Estudo fitoquímico e de toxicidade (aguda e subaguda) de Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. em ratos Wistar
Date
2015-03-27Metadata
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A espécie Celtis iguanaea é popularmente conhecida como esporão-de-galo, e suas folhas são utilizadas na medicina popular para o tratamento de dores no corpo, reumatismo, asma, cólicas, má digestão, úlceras e como diurético, e as raizes para infecções urinárias. O presente trabalho objetivou contribuir para o estudo fitoquímico, antioxidante e antimicrobiano das raízes da planta, assim como avaliar a toxicidade aguda e subaguda das folhas de C. iguanaea. As folhas e raízes da planta foram secas, trituradas e maceradas com etanol (70%) por sete dias, com renovação do solvente. O material foi filtrado e concentrado em evaporador rotatório a fim de obter o extrato aquoso (EA). Parte do EA das raízes foi levado a secura originando o extrato bruto (EB), e o restante foi fracionado sucessivamente com diclorometano (DCM), acetato de etila (AcOEt) e n-butanol (BuOH). Todo o EA das folhas foi levado a secura para obter EB. Na análise fitoquímica e antioxidante das raízes, a fração AcOEt apresentou a maior quantidade de polifenois (221,55 ± 0,28 mg equivalentes de ácido gálico/g), flavonoides (28,80 ± 0,09 mg equivalentes de quercetina/g) e alcaloides (3,96 ± 0,32 mg/g) e a melhor capacidade antioxidante através do método do DPPH (IC50 = 27,97 ± 0,35 μg/mL), TBARS (IC50 = 42,03 ± 4,55 μg/mL) e pelo teste de poder de redução (EC50 = 0,86 ± 0,13 mg/mL, mas sem diferença estatística em relação aos outros extratos). Esta fração também foi capaz de remover radicais livres de modo significativo, através do ensaio da DCFH-DA e capaz de reverter completamente o dano oxidativo através do ensaio da proteína carbonil. No que diz respeito a avaliação da toxicidade das folhas, uma única dose de 2000 mg/kg de extrato bruto administrada a ratos Wistar, não causou mortalidade ou morbidade, desta forma, o extrato foi classificado na categoria 5 (LD50 entre 2000-5000 mg/kg) de acordo com o Guia OECD 423. No ensaio subagudo, os animais foram divididos em quatro grupos: controle e os experimentais (doses de 100, 200 e 400 mg/kg) durante 28 dias. Observou-se um aumento na glicemia dos animais, indicando uma possível toxicidade pancreática. Por outro lado, alterações enzimáticas e a análise histológica indicaram que o extrato não possui efeito hepatotóxico, mesmo na maior dose de extrato utilizada. O resultados ajudam a elucidar algumas características fitoquímicas e antioxidantes da espécie e mostram que C. iguanaea pode ser considerado seguro.