Avaliação do efeito da temperatura dos sistemas adesivos na resistência de união à dentina
Resumo
Tendo em vista o uso rotineiro dos sistemas adesivos na Odontologia, a busca por melhores características destes materiais é essencial a fim de otimizar os resultados obtidos. Assim, este estudo teve por objetivo avaliar in vitro o efeito da temperatura dos sistemas adesivos sobre a resistência de união em dentina. Foram utilizados 120 terceiros molares, seccionados longitudinalmente, originando 240 hemi-dentes. Esses foram incluídos em tubos de PVC com resina acrílica e polidos com seqüência decrescente de lixas de carbeto de silício, sob refrigeração, a fim de padronizar a smear layer. Após, os espécimes foram divididos aleatoriamente em 24 grupos (n=10), e a dentina tratada com 4 sistemas adesivos (Adper Single Bond 2, 3MESPE; XP Bond, Dentsply; Stae, SDI; Admira, Voco), em 3 temperaturas, 5°C, 20°C e 37°C, simulando temperatura de acondicionamento em refrigerador, temperatura ambiente e corporal, respectivamente. Após, com uso de uma matriz de amido aderida a dentina, foram confeccionadas restaurações em resina composta Filtek Z250 (3M ESPE). Após a remoção da matriz, as amostras foram armazenadas em água destilada a 37°. Os corpos de prova foram então submetidos ao teste de microcisalhamento em uma máquina de ensaios universal (EMIC DL 1000 Equipamentos e Sistemas de Ensaio Ltda. São José dos Pinhais, PR, Brasil), metade deles após 24 horas, e a outra metade após 180 dias. A análise de variância indicou que os três fatores: adesivo (p<0,001), temperatura (p<0,001) e tempo (p=0,015) afetaram significativamente a resistência adesiva, bem como a interação entre os três fatores (F=6,41; p<0,001), sendo que o comportamento mais frequente foi a elevação das médias de resistência adesiva proporcionalmente ao aumento da temperatura.