Influência da simulação do desafio cariogênico na resistência de união de sistemas adesivos ao esmalte de dentes decíduos e permanentes
Abstract
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência da simulação do
desafio cariogênico na resistência de união de sistemas adesivos ao esmalte hígido
e desmineralizado de dentes decíduos e permanentes. Material e Métodos: 40
molares decíduos e 40 molares permanentes foram selecionados e alocados
aleatoriamente em 16 grupos experimentais (n=5) de acordo com o tipo de dente
decíduo (DEC) ou permanente (PERM), a condição prévia do esmalte hígido (HIG)
ou desmineralizado (DES), o tratamento após o procedimento restaurador - controle
(C) ou desafio cariogênico (pH) e o sistema adesivo Adper Single Bond (SB) ou
Clearfil SE Bond (SE). Os dentes pertencentes aos grupos DES foram submetidos a
desafio cariogênico por meio de ciclagem de pH previamente aos procedimentos
restauradores. Para o teste de resistência de união (RU), a porção coronária foi
seccionada resultando em uma secção vestibular e uma lingual. Após a obtenção de
superfícies planas nos dentes permanentes, as faces lisas de dentes decíduos e
permanentes foram abrasionadas em lixa de carbeto de silício de granulação 600
por 60s. Os sistemas adesivos foram aplicados nas superfícies preparadas e, sobre
essas superfícies, cânulas de polietileno foram posicionadas para então o sistema
adesivo ser fotoativado. As cânulas foram preenchidas com resina composta que,
após a fotoativação, resultaram em cilindros de resina de composta com área de
0,45 mm² e 1,0 mm de altura os quais foram armazenados em água destiladas a 37°
C por 24h. Os espécimes pertencentes aos grupos pH, após o procedimento
restaurador, foram submetidos a simulação do desafio cariogênico por 14 dias. Após
o período de armazenamento e de cliclagem de pH, os espécimes foram então
submetidos ao ensaio de cisalhamento (1mm/min) e à avaliação em microscópio
(400x) para a classificação do tipo de fratura. Os dados obtidos em MPa foram
submetidos à Análise de Variância (GLM) e as fraturas, ao teste de Qui-quadrado
(α=0,05). Resultados: A Análise de Variância indicou que não houve diferença
estatisticamente significante entre os sistemas adesivos. Por outro lado, os
espécimes pertencentes aos grupos HIG apresentaram maiores valores de RU do
que os dos grupos DES, bem como os grupos C quando comparados aos grupos
pH. Grupos PERM obtiveram maiores valores de RU do que DEC, com exceção
quando esses estavam hígidos, uma vez que a interação entre esses fatores
mostrou que dentes DEC HIG apresentaram valores similares a PERM HIG. Não foi
observada diferença estatisticamente significante entre os grupos para os padrões
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de fratura que foi predominante adesiva mista. Conclusões: A simulação do desafio
cariogênico influencia negativamente a resistência de união em esmalte de dentes
decíduos e permanentes, independente do tipo de sistema adesivo. O
comportamento dos sistemas adesivos é similar em esmalte hígido de dentes
decíduos e permanentes. O esmalte desmineralizado de dentes decíduos resulta em
menores valores de resistência de união que o de dentes permanentes na mesma
condição.