Cicatrização de fumantes e nunca fumantes após um ano de terapia periodontal não cirúrgica
Abstract
As doenças periodontais são resultantes de inter-relações complexas entre
biofilme bacteriano e fatores relacionados à resposta do hospedeiro. Essas relações
podem ser modificadas por vários fatores, dentre eles, o fumo. Muitos estudos
suportam a evidência de que o fumo prejudica a saúde do periodonto. Porém, o
efeito desse hábito nos resultados do tratamento periodontal ainda é controverso e
estudos de acompanhamento longitudinal de fumantes e nunca fumantes
submetidos à terapia periodontal são necessários.
Inicialmente, 14 nunca fumantes e 11 fumantes completaram o tratamento
periodontal não cirúrgico. Após o exame de três meses, foram perdidos três
participantes: um do primeiro grupo e dois do segundo. Assim, esse trabalho
objetivou avaliar a resposta de 13 nunca fumantes e nove fumantes com periodontite
crônica, 12 meses decorridos do término dessa abordagem terapêutica. Pacientes
de ambos os grupos que receberam tratamento periodontal não cirúrgico, foram
analisados com relação a alterações no sangramento à sondagem (SS, SS1 e SS2),
na profundidade de sondagem (PS), no nível de inserção clínica (NIC) e nos índices
de placa visível (IPV) e de sangramento gengival (ISG). Para a avaliação desses
parâmetros, examinadores treinados e calibrados realizaram exames clínicos
periodontais previamente à terapia periodontal e três, seis e 12 meses após o
tratamento concluído. As mudanças nos escores de sangramento à sondagem foram
consideradas desfecho primário e as alterações nos demais parâmetros clínicos
avaliados, os desfechos secundários.
A resposta à terapia periodontal não cirúrgica foi semelhante entre fumantes e
nunca fumantes em relação às alterações de IPV, médias e diferentes estratos de
PS, SS e SS2. Semelhanças também foram observadas em SS, SS1 e SS2 nos
diferentes estratos de PS, com exceção de SS1 em PS de 1-3mm em que nunca
fumantes tiveram maiores reduções. Diferenças entre os grupos também foram
observadas no ISG e na presença de SS1. As alterações no NIC foram maiores
no grupo de nunca fumantes, sendo a diferença estatística borderline.