A gramática por trás do selo: agroecologia e processos de certificação participativos
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2016-03-18Metadatos
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Esta investigação procura analisar as práticas de agricultura ecológica a partir dos princípios normativos que mobiliza e que tornam possível a emergência de um mercado ecológico no sul do Brasil. Para tal, tomo como universo empírico o contexto da produção ecológica, no âmbito dos agricultores envolvidos com a Rede de Agroecologia Ecovida no estado do Rio Grande do Sul (BR), e o selo de certificação participativa como objeto de estudo. Tomo como aporte teórico a sociologia pragmática francesa, compreendida no bojo das chamadas teorias da racionalidade subjetiva ou axiológica, pela qual se compreende que os comportamentos econômicos estão embricados em princípios normativos que se traduzem em imperativos de justificação. Através de pesquisa documental e entrevistas realizadas junto a coordenadores, técnicos e agricultores pertencentes à Rede de Agroecologia Ecovida busca-se descrever o processo de certificação participativa no âmbito da Rede de Agroecologia Ecovida, enfatizando-se a crítica que opera em torno da certificação por terceira parte, e compreender e descrever as hierarquias valorativas que subjazem a agricultura ecológica, levando-se em conta, além da justificação que lhe permeia, a dimensão crítica que opera em relação à agricultura convencional e a agricultura orgânica convencionalizada. Com esses objetivos, busca-se elucidar qual gramática está por trás desse selo de certificação e que implicações essa certificação participativa tem para os agricultores com ela envolvidos.