Empresariado e política no Brasil contemporâneo: o discurso da FIESP e dos banqueiros frente à política econômica do governo Dilma Rousseff (2011-2014)
Abstract
Esta dissertação tem como tema a relação das elites empresariais do setor financeiro e da indústria com a política econômica de Estado no Brasil contemporâneo. Nosso objeto de pesquisa é, em termos precisos, o discurso da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e dos banqueiros frente à política econômica do governo Dilma Rousseff (PT), no período 2011-2014. Nossas fontes de acesso ao objeto são i) artigos, entrevistas e declarações escritas/concedidas por lideranças empresariais da indústria e das finanças, publicadas em órgãos da grande imprensa; ii) matérias e notícias (também provenientes da imprensa) sobre fatos que constituíram os contextos e as conjunturas políticas aqui analisadas; iii) notas públicas e documentos disponibilizados pela FIESP e pela Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN). O objetivo deste trabalho é identificar, analisar, compreender e comparar os i) perfis ideológicos e ii) os posicionamentos políticos - relativos à política econômica dilmista -, que podem ser depreendidos das produções discursivas da FIESP e dos banqueiros. Nossa principal conclusão é que, mesmo apresentando perfis ideológicos, agendas e modos de comportamento público distintos entre si, depois de Dilma ter implantado no seu primeiro mandato presidencial uma matriz de política econômica que reforçava significativamente o papel de intervenção do Estado sobre a economia brasileira a ofensiva neodesenvolvimentista -, tanto banqueiros quanto industriais apresentaram avaliações e posições bastante críticas em relação ao modelo econômico do governo. Assim, o período aqui analisado teria sido marcado pelo tensionamento político das relações do empresariado industrial e financeiro com o governo federal.